Por Washington Luiz de Araújo, jornalista
Um Falcão no Centro do Rio de Janeiro. Surgiu na janela do prédio onde trabalho, no Sinpro-Rio, próximo à Cinelândia.
Ficou ali por vários minutos nos fitando, olhos nos olhos.
É um falcão peregrino.
Pelo jeito, a sua peregrinação está prejudicada, pois podemos ver que sua pata direita está machucada.
Foi uma bela e inesperada visita. Que volte sempre, mas que os ares urbanos não lhes faça mal.
Detalhes sobre um falcão peregrino e fotos abaixo:
“Os falcões-peregrinos estão entre as aves mais rápidas da Terra, mergulhando sobre o alvo a velocidade de até 320 quilômetros por hora. Mas eles poderiam voar ainda mais depressa se o fizessem em linha reta em vez de seguir uma trajetória espiral até suas vitimas.
O biólogo Vance A. Tucker da Universidade de Duke, na Carolina do Norte, EUA, passou anos se perguntando por que os peregrinos não usavam a distância mais curta até a presa. Então ele percebeu que, como os olhos dos falcões ficam nas laterais de suas cabeças, para tirar vantagem de sua visão extremamente aguçada, eles precisavam inclinar a cabeça 40 graus para um lado ou para outro.
Tucker descobriu em experiências num túnel de vento que essa inclinação de cabeça os deixava mais lentos. Os resultados de sua pesquisa, que foram publicados na edição de novembro de 2000 do Journal of Experimental Biology, mostram que os falcões mantêm a cabeça em linha reta e seguem uma espiral logarítmica. Devido à propriedade equiangular da espiral, esse caminho lhes permite manter seu alvo à vista enquanto maximiza a velocidade.
O fascinante é que a mesma forma espiral encontrada na foraminífera unicelular e no girassol e que orienta o vôo de um falcão também é observada nos ‘sistemas de estrelas agrupadas em um plano comum, como as da Via Láctea’…”
Mario Livio
in “Razão Áurea”
Trad. de Marco Shinobu Matsumura,
Ed. Record