Da Redação: Na vida da gente sempre tem um “causo”. Vamos a um. O sujeito precisa dormir cedo, para acordar e ir para o trabalho cedo. Seu vizinho de parede, daquelas paredes de isopor de apartamento moderno, ao contrário, chega tarde e acorda mais tarde ainda. É um boêmio. Todos os dias, se dá a mesma coisa: o sujeito matinal já está na cama, dormindo, quando o sujeito noturno chega, bêbado. O segundo tira um sapato e joga contra a parede, justamente a parede que dá para o quarto do vizinho. Demora uns 15 eternos segundos e joga outro sapato contra a parede. O vizinho acorda somente uma vez, pois fica aguardando o segundo sapato ser jogado. Mas um dia, sempre tem um dia, o boêmio chega em casa mais “borracho” do que o normal e joga o primeiro sapato, mas cai na cama e dorme, sem jogar o segundo. Nisso, o vizinho fica acordado, aguardando a segunda pancada na parede, que não vem. Este vai até a casa do dorminhoco bêbado, esmurra a porta até que o sujeito apareça, de roupa com um sapato só no pé, e vocifera: “Quer jogar logo o segundo sapato na parede para eu dormir em paz?
Digo tudo isso para lembrar que, no dia 17 de abril de 2016, os golpistas jogaram um sapato em nossa parede e agora, no dia 31 (dia de golpe) de agosto jogam o segundo pé. Vamos dormir agora? Não. Vamos ficar acordados e lembrar todos os dias que vivemos num golpe.
Dilma disse para não esperar dela o silêncio obsequioso dos covardes. Pois bem, os covardes que se silenciaram, os oportunistas que traíram, levarão para sempre a pecha de golpistas. Não vamos abaixar a cabeça. Não vamos nos conformar com a jogada do segundo sapato. Vamos lembrá-los todos os dias que temos nossos direitos e que lutaremos por eles. E que estamos lutando até por aqueles que se omitiram, que se conformaram.
Não passarão.