Por Laurindo Lalo Leal Filho –
“liberdade, liberdade” é um espetáculo que entrou para a história do teatro brasileiro. Encenada em plena ditadura militar (64-85) fazia uma contundente crítica ao regime. Assisti três vezes. Duas no Rio e uma em Montevidéu.
No Uruguai ouviam-se na plateia gritos de “Frente Amplia”, saudando a frente progressista que se formava. Por ironia do destino outra frente em formação volta a se encontrar com a peça, agora no Brasil. Denominada “Direitos Já” coloca-se em oposição ao atual desgoverno. No seu lançamento em São Paulo um grupo teatral pretendia exibir o trecho do espetáculo em que é encenado o julgamento de Sócrates. Foram proibidos pelos organizadores do ato, segundo fui informado. A razão, ouviu-se, seria a possibilidade de despertar no público manifestações pela liberdade do ex-presidente Lula. Censura que nem os militares dos anos 60 fizeram. Mau começo, infelizmente.