Por José Maschio, via Joel Guimarães, Facebook
O jornal O Diário, de Maringá, está em processo de recuperação judicial. Situação essa criada pelos desmandos empresariais do filhinho do papai (Michel Vieira da Silva). O papai (Franklin Vieira da Silva) retoma a direção do jornal e encontra uma fácil solução para enfrentar a crise criada pelo filho: deixa de pagar salários.
Os trabalhadores de menos recursos com necessidades básicas não atendidas. A solidariedade dos colegas mais bem aquinhoados e da sociedade garantem cesta básicas a esses. Mas contas de água, luz deixam de ser pagas. A redação entra em greve. A direção do jornal contrata (pagamento ilegal e sem respeitar o piso da categoria) desesperados para suprir a carência de mão de obra. Não sabem quando e como irão receber os fura-greves. E mais: contrata empresa de segurança terceirizada para defender seu patrimônio.
Mas não basta ser empresário falido. Tem que ostentar. E a filha (Lucienne Vieira da Silva), também colunista social, invade as redes sociais a afrontar os trabalhadores sem salário. Posta fotos de vôos de helicóptero e de suas férias no Nordeste brasileiro. E mais: fazem retiradas milionárias para os sócios, em uma afronta à lei de recuperação judicial, sob o olhar complacente, senão cúmplice, do administrador judicial indicado pela Justiça.
Em suma. Um resumo do empresariado nacional, na estranha social democracia brasileira. Eles, empresários, privatizam os lucros e ´socializam` os prejuízos. Ou com o Estado, paternal, ou com o suor e os salários dos trabalhadores.
Nota sobre a greve dos jornalistas de O Diário, do Sindicato dos Jornalistas do Norte do Paraná
Ao invés de pagar funcionários, direção de O Diário ataca grevistas
Em greve desde o dia 7 de fevereiro, jornalistas de O Diário do Norte do Paraná, de Maringá (noroeste do PR), através do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Norte do Paraná, ingressaram ontem com pedido de resposta, depois de editorial, no último sábado, em que o dono do jornal, Franklin Viera da Silva, ataca os grevistas, chamando-os de terroristas. Com atrasos nos pagamentos desde maio de 2016, a situação do jornal, em processo de recuperação judicial, agravou-se a partir de outubro do ano passado.
Os jornalistas estão há quatro meses sem receber salários, assim como não receberam o 13 salário de 2017. A empresa também no recolhe do FGTS dos funcionários desde maio de 2016. Desde outubro o Sindicato tem tentado, junto à direção da empresa, uma solução.
A atitude dos sócios do jornal, no entanto, é de descaso para com os trabalhadores. Um exemplo desse descaso é que aumentaram a retirada dos sócios de R$ 45 mil para R$ 155 mil a partir de outubro do ano passado, quando deixaram de pagar os trabalhadores.
A greve dos jornalistas de O Diário tem apoio de entidades sindicais e da arquidiocese da Igreja Católica em Maringá. O arcebispo Anuar Battisti, em artigo de opinião, no próprio jornal, defendeu a legitimidade da greve. A resposta de Franklin Vieira da Silva foi chamar de terroristas os grevistas e as diversas entidades que apoiam o movimento.
A greve, por tempo indeterminado, forçou a direção da empresa a procurar o Sindicato, no último sábado, para uma solução. Nesta terça-feira (20) a empresa ficou de apresentar uma proposta de regularização dos atrasos