Uma juventude ligada nas questões ambientais

Compartilhe:

Programa da Embaixada da França para desenvolvimento de projetos com foco no meio ambiente recebeu mais de 1200 inscrições de jovens de 18 a 26 anos

Por Oscar Valporto, compartilhado de Projeto Colabora




Na foto: Ananda, Yasmim e Victor no encontro dos finalistas do Lab Jovem no Rio: juventude ligada em questões ambientais (Foto: ©tai.awa / Embaixada da França)

A baiana Ananda tem 22 anos, estuda Engenharia de Pesca na Universidade Federal de Sergipe (UFS) e quer ajudar uma comunidade de marisqueiras a desenvolver um plano de manejo e pesca sustentável, garantindo ainda mais cuidados com a saúde. Pernambucanos, os irmãos gêmeos Victor e Vinicius, de 24 anos, criaram um projeto para ajudar a despoluir os igarapés e lagos de Belém onde estudam na Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante. A carioca Yasmim, de 19 anos e família paraibana, desenvolveu um dispositivo para impedir que embalagens plásticas e outros detritos caiam nas redes de água e esgoto do Rio e cheguem à Baía de Guanabara.

Ananda, Victor e Yasmim fizeram parte de uma legião de mais de 1.200 jovens de 18 a 26 anos que se inscreveram em um programa da Embaixada da França, com parceiros, com foco na juventude interessada em questões ambientais. O Lab Jovens – parte do FrancEcoLab, que inclui também ações para crianças – abriu 200 vagas para o programa. “Nós pensamos que estávamos sendo otimistas, que sobrariam lugares. Foi uma boa surpresa essas mais de 1.200 inscrições. E mostra que a juventude brasileira está atenta e interessa aos problemas ambientais”, cona Damien Garin, adido de Cooperação Técnica da Embaixada da França no Brasil.

O Lab Jovens 2021 – a primeira edição do programa – tinha o complemento “Defensoras e Defensores do Oceano e dos Rios”, já que a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou que a década 2021/2030 seria a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável e o tema estaria entre os principais da COP26. “Acho que nós somos uma geração muito ligada nas questões ambientais, na preservação da natureza, numa vida mais sustentável”, afirma Amanda Marieta Teles, ativista ambiental e presidente do Grupo de Estudo e Pesquisa Para o Desenvolvimento de Políticas Aquáticas Sustentáveis, que funciona na UFS.

Os 200 jovens foram selecionados, em julho de 2021, pelos organizadores buscando acolher jovens de todas as regiões do país e com uma gama ampla de interesses – científicos, artísticos, de conscientização, de mobilização, de comunicação. “Nesta primeira fase, os jovens deviam ter apenas ideias dos projetos a serem desenvolvidos. Eles acompanharam webinários e palestras com pesquisadores e ambientalistas, tudo virtual, para poderem começar a formatar esses projetos”, explicou Garin.

Após a primeira fase, foram selecionados 50 projetos ambientais que tiveram para mentores para sua gestão e, finalmente, escolhidos 10 jovens que terão um pequeno apoio financeiro e acompanhamento dos organizadores para o desenvolvimento dos projetos. “Meu sonho é que o meu projeto Bueiro Azul seja capaz de ganhar em escala para servir para toda minha região, para todo o Rio de Janeiro, e para qualquer outro lugar do mundo”, torce Yasmim Soares, que, já no ensino médio, fez curso técnico de ambiente no Colégio Pedro II.

Ananda (de máscara) com uma marisqueira e seu filho na comunidade da preguiça: manejo sustentável e cuidados com a saúde (Foto: Arquivo Pessoal)
Ananda (de máscara) com uma marisqueira e seu filho na comunidade da preguiça: manejo sustentável e cuidados com a saúde (Foto: Arquivo Pessoal)

Marisqueiras no litoral sergipano

Os caminhos que os 10 jovens finalistas percorreram para chegar ao Rio, onde tiveram uma programação focada em meio ambiente e participaram da cerimônia de premiação, nem sempre foram uma linha reta. O projeto inicial de Ananda estava ligado aos seus estudos sobre tartarugas marinhas, alvo também de seu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso). “As minhas lembranças mais antigas em Salvador sempre estavam relacionados ao mar, o mar sempre fez parte da minha vida. Foi natural escolher engenharia da pesca e me mudar para Sergipe para estudar”, recorda.

Os planos mudaram quando o estudo das tartarugas a levou a Indiaroba, pequeno município sergipano de quase 20 mil habitantes na divisa com a sua Bahia, onde conheceu comunidades pesqueiras e grupos de marisqueiras. “Quando eu conheci a comunidade marisqueira da Preguiça, um grupo de 50 mulheres que vivem de catar e vender aratu, eu me senti imediatamente em casa. Na companhia daquelas mulheres, me senti parte da comunidade. Vivi uma sensação de pertencimento e responsabilidade”, conta Ananda. “São mulheres fortes, que comandam suas famílias, cuidam de seus filhos e geram renda com seu trabalho”, acrescenta.

As tartarugas marinhas ficaram mesmo só no TCC e a aluna da UFS decidiu propor o projeto (A)ratu – aratu é uma espécie de caranguejo pequeno, comum nos maguezais do Nordeste – no Lab Jovem para ajudar a preparar as mulheres da comunidade da Preguiça a desenvolverem cuidando da saúde e do meio ambiente. “Elas entram nos manguezais descalças, sofrem cortes nos pés e nas pernas, vivem com a pele marcada por arranhões. São 8h, 9h por dia nos manguezais”, relata Ananda, que vai usar a premiação para ajudar a comprar botas, luvas e aventais para as marisqueiras da Preguiça.

A próxima fase de seu projeto inclui ainda o desenvolvimento de um plano de manejo que assegure que a pesca seja feita de maneira a preservar os aratus, evitando que as fêmeas sejam colhidas no momento da desova e outros cuidados para garantir a preservação não apenas dos crustáceos mas também do manguezal. “Esta fase tem o apoio dos professores da Universidade Federal de Sergipe que vão ajudar nesse plano de manejo. Mas tudo será desenvolvido com a participação direta das marisqueiras da Preguiça”, assegura a universitária.

Os planos de Ananda também preveem a formação de uma cooperativa. “Hoje, elas vendem por R$ 30 reais o quilo de aratu, para um intermediário, que cobra pelo menos R$ 60 para os pontos de venda. E o aratu acaba saindo por R$ 120 para o consumidor. Como uma cooperativa, elas podem se organizar para ganhar mais e, ao mesmo tempo, fazer o aratu chegar mais barato aos consumidores”, acredita a estudante de Engenharia da Pesca. “Espero que elas se apropriem do conhecimento e tornem a atividade mais segura e sustentável”.

Para a universitária, ela faz parte de uma geração mais ligada às questões ambientais. “Com a tecnologia, a internet, o impacto dos problemas ambientais é muito maior, as pessoas entendem que o problema é global. A minha geração tem uma preocupação muito diferente tanto na forma de lidar – porque somos uma geração inquieta que vê o problema e busca solução – quanto ao enxergar o problema de uma forma global”, afirma Ananda. “Nós somos de uma geração muito empática. Sabemos que essas questões ambientais dificilmente serão resolvidas no nosso tempo mas queremos deixar um ambiente melhor para as futuras gerações. Quem faz isso acredita num mundo melhor”, acredita.

Os irmãos Victor e Vinicius em frente à Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante: ligação com o mar e preocupação com os igarapés e rios de Belém (Foto: Arquivo Pessoal)
Os irmãos Victor e Vinicius em frente à Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante: ligação com o mar e preocupação com os igarapés e rios de Belém (Foto: Arquivo Pessoal)

Poluição nas águas de Belém

O pernambucano Victor Soares também acredita sua geração entende a urgência de mobilizar a sociedade para as questões ambientais, graças ao acesso à informação. “Isso fica mais potente com a ferramenta das mídias sociais, o que populariza o tema e engaja as pessoas. Enxergo minha geração como audaciosa, capaz de protagonizar uma mudança de que o meio ambiente precisa há muito tempo”, afirma o recém-formado praticante de oficial da Marinha Mercante – após estágio embarcado, ele e o irmão Vinicius serão oficiais da Marinha Mercante.

Na Escola de Formação de Oficiais, em Belém, os gêmeos começaram a fazer uma pesquisa sobre o papel de jardins filtrantes na despoluição de corpos hídricos poluídos. “Esses jardins filtrantes utilizam plantas macrófitas aquáticas com capacidade de despoluir lagos eutrofizados, através de um processo chamado fitorremediação, tiveram sua gênese na própria França, inclusive pra despoluir o Rio Sena”, explica Victor, de 24 anos.

Os irmãos dividem esse interesse pelas águas, reforçado pela preparação para a Marinha Mercante. “A água faz parte da identidade do povo de Belém. As pessoas vivem em torno do rio e do mar. E muita gente tira sua subsistência das águas; o rio é seu ganha-pão, faz parte da vida”, conta. No desenvolvimento, veio a ideia de pensar uma forma de aplicar as macrófitas aquáticas nos córregos igarapés aqui de Belém, que são vias receptoras de esgoto doméstico, efluentes industriais, lixo…”, acrescenta Victor.

Modelo do AguaPET desenvolvido por Victor: premiação no programa da embaixada permitirá criação de protótipo (Reprodução)
Modelo do AguaPET desenvolvido por Victor: premiação no programa da embaixada permitirá criação de protótipo (Reprodução)

Uma macrófita bem presente na Região Norte é a Pontederia Crassipes, popularmente conhecida como Aguapé ou Jacinto d’água. No entanto, as macrófitas aquáticas têm uma alta taxa de proliferação, principalmente quando estão em ambientes aquáticos muito poluídos, com grande concentração de material orgânico. “Elas despoluem a água, mas também acabam, com a proliferação, retirando oxigênio da água, matando peixes e outros seres. Nós começamos a imaginar um dispositivo para impedir essa proliferação”, conta o futuro oficial da Marinha Mercante.

Professores chamaram a atenção dos irmãos sobre o Lab Jovem e eles inscreveram o projeto AquaPET, em nome de Victor – o programa estabelecia um autor por projeto. “O objetivo é criar um mecanismo para conter o crescimento do vegetal e abrigar a planta, o que já é feito em tanques. Projetamos uma estrutura flutuante composta de garrafas PET – depois chamamos o módulo flutuante ou AguaPET, uma junção de aguapé com garrafas PET). O AguaPET reutiliza garrafas PET para promover a despoluição dos canais urbanos”, explica Victor. A primeira fase do projeto foi mais teórica, com análise hidrostática do módulo, a fim de estudar a flutuabilidade e o também o arranjo de lastro para as garrafas.

Agora, com a premiação, os irmãos vão criar um protótipo para ser efetivamente testado nos rios e igarapés de Belém. “É triste ver a poluição nos corpos hídricos. Espero que o AguaPet tenha sucesso em usar as plantas para despoluir sem o efeito colateral da proliferação. Os módulos podem ser colocados nos rios e depois retirados”, confia Victor.

Yasmim na biblioteca do Consulado da França no Rio durante encontro dos finalistas do Lab Jovem: preocupação com enchentes e poluição ambiental (Foto: Divulgação/Embaixada da França)
Yasmim na biblioteca do Consulado da França no Rio durante encontro dos finalistas do Lab Jovem: preocupação com enchentes e poluição ambiental (Foto: ©tai.awa / Embaixada da França)

Menos plásticos na Baía de Guanabara

A mais de três mil quilômetros de Belém, também foram a observação e a preocupação de problemas à sua volta que impulsionaram Yasmim Soares na direção das questões ambientais. Ela cresceu em Bonsucesso, Zona Norte do Rio, numa casa cercada de plantas cultivadas pela avó. Enchentes, bueiros entupidos, poluição na vizinha Baía de Guanabara: tudo isso fez parte da sua infância e do seu processo de crescimento e a adolescente escolheu o curso técnico de meio ambiente no ensino médio do Colégio Pedro II. “Eu nasci e cresci no Rio de Janeiro, então sempre tive um carinho muito grande pelo oceano. Quando ingressei no curso técnico, percebi o quanto a natureza está conectada e o quanto precisamos protegê-la de nós mesmos”, conta Yasmim, de 19 anos, que hoje mora em Higienópolis, bairro vizinho a Bonsucesso.

Estudante de biomedicina na UFF, a carioca faz estágio na Fiocruz e viu no FrancEcoLab uma oportunidade de desenvolver um projeto relacionado aos oceanos e mares. A primeira ideia era ambiciosa: criar um dispositivo para retirar óleo da Baía de Guanabara, que tem uma área bem próxima à região onde mora. “O meu projeto Bueiro Azul foi nascendo ao longo dos encontros do Lab Jovens. Lembro-me, inclusive, do webinar com o biólogo marinho Ricardo Gomes –  plástico no mar, solução em terra – quando eu percebi realmente que somos nós quem levamos o lixo para o mar”, recorda a universitária.

Os debates fizeram Yasmim trocar o óleo pelo lixo, principalmente plástico, como seu alvo imediato nos estudos ambientais. “Constatei que os bueiros são a maior porta de entrada do lixo para o mar e para os rios e comecei a desenvolver o meu projeto. Além disso, eu percebi como a minha região sofre com as enchentes e comecei a perceber que o entupimento dos bueiros também é uma das causas para essas inundações”, acrescenta.

Primeiros testes para projeto Bueiro Azul: tela galvanizada para impedir detritos na rede de água (Foto: Yasmim Soares)
Primeiros testes para projeto Bueiro Azul: tela galvanizada para impedir detritos na rede de água (Foto: Yasmim Soares)

O projeto Bueiro Azul partiu de uma ideia simples para tentar impedir que detritos plásticos cheguem às redes de água e esgoto: uma tela de aço galvanizado que pode ser facilmente acoplada às tampas de bueiros nas ruas para separar os detritos maiores e impedir que eles caiam na rede de águas pluviais e também no esgoto. “Nossa meta é colocar bueiros azuis em 45 pontos da Avenida dos Democráticos”, explica, citando a via de mais de dois quilômetros de extensão que liga Bonsucesso a outros bairros da Zona Norte, inclusive Higienópolis.

O prêmio vai ajudar Yasmim a produzir os protótipos mas a universitária já estão em contato com a RioÁguas (Fundação Instituto das Águas do Município do Rio de Janeiro) para viabilizar o projeto. Mas o Bueiro Azul busca outras parcerias. “O projeto busca também uma conscientização da população da comunidade de Manguinhos (vizinha de Bonsucesso e próxima à Baía de Guanabara, sobre o descarte de resíduos, o que vai ser desenvolvido em parceria com uma ONG local. Educação ambiental é fundamental para qualquer projeto ser efetivamente sustentável”, acredita a jovem carioca que vai trabalhar com a Rede CAPP Manguinhos, que desenvolve projetos na comunidade. “O projeto vai nascer na Zona Norte do Rio, mas eu quero levá-lo para todos os lugares em que ele se fizer necessário. Por isso, eu digo que foi ‘Made in Rio’, mas para o mundo todo’”, afirma Yasmim.

Finalistas do Lab Jovem, do FrancEcoLab, no encontro para premiação no Rio: objetivo de criar rede de ativistas ambientais (Foto: Divulgação/Embaixada da França)
Finalistas do Lab Jovem, do FrancEcoLab, no encontro para premiação no Rio: objetivo de criar rede de ativistas ambientais (Foto: ©tai.awa / Embaixada da França)

Ativistas ambientais no Rio

Ananda, Victor e Yasmim estiveram no Rio de Janeiro em novembro para a premiação, que reuniu também outros sete finalistas de várias pontos do país. “Nós tivemos sempre essa preocupação com a diversidade, não apenas geográfica mas também de gênero e de outros aspectos”, explica Damien Garin, da Embaixada da França no Brasil. O projeto de Pedro Alace Lameira (de Castanhal/PA) é uma iniciativa de multiplicação de educação ambiental por meio de intervenções artísticas; o de Camila Verrone (Tietê/SP) busca uma análise quali-quantitativa de microplásticos no Rio Tietê; o de Vitor Barreto Ribeiro (Jequitinhonha/MG) visa o monitoramento participativo do Rio Jequitinhonha; o de Anna Carolina Fraga (Rio/RJ) vai organizar rodas de conversa sobre os impactos do plástico e microplástico; o de Vitoria Pinheiro Galvão (Manaus/AM) é uma plataforma jornalística para dar visibilidade às narrativas das pessoas, povos e comunidades da Região Amazônica; o de Zé Alexandre Vania dos Santos (Rio/RJ) busca a implantação nas ruas do complexo da Maré de ganchos distintos para o lixo orgânico e para o lixo reciclável; e o Yano Rodrigues da Silva (Boa Vista/RR) tem como objetivo a despolarização das discussões sobre a defesa do meio ambiente.

De acordo com Damien Garin, todo o programa apesar de desenvolvido virtualmente buscou a integração entre esses jovens. “O projeto permite ainda criar uma rede entre jovens de todo o país, engajados nas causas ambientais, incluindo ainda representantes da sociedade civil, institutos de pesquisa, empresas e a comunidade internacional”, afirma o adido da embaixada, lembrando que, além do Lab Jovem, o FrancEcoLab 2021 teve também um eixo escolar do qual participaram mais de 3.500 estudantes em 50 escolas parceiras, na sua grande maioria na rede pública, em 12 estados brasileiros, sempre com foco em questões ambientais. Garin acrescenta que a edição 2022 do FrancEcoLab já está sendo planejada.

Os projetos finalistas foram selecionados André Abreu (Fondation Tara Océan), Héloïse Benoît (IRD), Cristina Caldas (Instituto Serrapilheira), Gabriel Cavalcantes (FAS, Politize! ), Marina Correia (Liga das Mulheres pelo Oceano), Glauco Kimura (UNESCO), Vitor Pinheiro (PNUMA), Paulo Lima (Viração), Bruna Martins (Rare Brasil) e Marilyn Pellicant (Alliance Française de Florianópolis), parceiros do FrancEcoLab. A deliberação final foi conduzida por representantes da Embaixada da França, L’Oréal Brasil, e da Delegação da União Europeia no Brasil.

O Bem Blogado precisa de você para melhor informar você

Há sete anos, diariamente, levamos até você as mais importantes notícias e análises sobre os principais acontecimentos.

Recentemente, reestruturamos nosso layout a fim de facilitar a leitura e o entendimento dos textos apresentados.
Para dar continuidade e manter o site no ar, com qualidade e independência, dependemos do suporte financeiro de você, leitor, uma vez que os anúncios automáticos não cobrem nossos custos.
Para colaborar faça um PIX no valor que julgar justo.

Chave do Pix: bemblogado@gmail.com

Compartilhe:

Categorias