Uma Profissão de fé

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Por Celso Vicenzi, Outras Palavras – 

“Jornalistas não são isentos. Tenho a convicção de agir como quem não disfarça a opressão, nem se presta a esconder causas da desigualdade e injustiças sociais”

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Declaro a quem interessar possa e para todos os fins que, instado a posicionar-me sobre o tipo de jornalismo que procuro praticar, em contraponto às críticas que, às vezes, faço àquilo que convencionou-se chamar de “golpismo midiático”, tenho a dizer o seguinte, na esperança de que serei, pelo menos, compreendido: não há nenhum problema em trabalhar em grandes empresas de comunicação, mesmo que, momentaneamente, algumas delas, tenham assumido um papel escandalosamente golpista e manipulador dos fatos. Afinal, nem todos os jornalistas se prestam a esse serviço, mesmo atuando nessas empresas. Basta exercer a profissão de acordo com o Código de Ética e levar em conta os valores expressos, sobretudo, na Declaração Universal dos Direitos Humanos. É um bom norte. Quando, por alguma razão, isso não for possível, melhor buscar outros espaços para trabalhar.

Não estou mais na imprensa diária fazendo reportagem ou editando. Fora dela faço assessoria de imprensa e, sem remuneração, virei articulista em vários blogs e portais. Portanto, assino opinião, como qualquer comentarista da mídia. A essência do que escrevo é baseada principalmente em informações e dados que procuro buscar em fontes fidedignas, e que são contextualizados à luz de outros conhecimentos, estudos e muitas leituras, sob pena de pouco compreender, pois o que parece nem sempre é, e, assim, estaria eu mais a desinformar do que a informar.




Escrevo menos do que gostaria. Meus artigos estão aí, espalhados por vários blogs e portais, para quem quiser ler e comentar (concordar, discordar, acrescentar…). E no meu próprio blog, claro!
De resto, cada um escreve a sua biografia – por menos importante que seja – e coloca a sua vida na defesa de ideias e valores que considera relevantes. Meus ideais e princípios são aqueles que traduzem, na essência, a busca cotidiana por um país e um planeta mais justo e solidário. Sei que não estive, não estou, nem estarei imune a cometer erros e eventuais exageros, mas tenho convicção que procuro fazer um jornalismo honesto e qualificado, que não disfarça a opressão e nem se presta a dourar a pílula da desinformação para manter a população alienada sobre as causas da desigualdade e das injustiças sociais. Ou seja, se errar, que seja ao menos em favor dos que mais sofrem e dos que menos têm. Já me serve de algum consolo.Jornalismo e jornalistas não são isentos – nunca foram e nunca serão, como qualquer ser humano, aliás -, só não podem omitir fatos, distorcer ou manipular com o propósito de defender determinado segmento, seja político, econômico, religioso etc. Muito menos favorecer o ponto de vista de seus patrões ou, em casos mais graves, usar informação como moeda de troca e obter vantagens econômicas para si.

Eu, Celso Vicenzi, jornalista, lavrei, conferi, subscrevo, dou fé e assino em público e raso.

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