Compartilhado de Brasil 247 –
De acordo com o Painel do Orçamento Federal, as universidades federais têm R$ 2,5 bilhões para as 69 universidades e 1,3 milhão de estudantes. O valor é praticamente o mesmo que o orçamento de 17 anos atrás, quando essas instituições tinham 574 mil alunos e 51 instituições
247 – O dinheiro disponível para investimentos e manutenção das universidades federais em 2021 caiu ao patamar de 2004. Mas agora o Brasil tem mais que o dobro de alunos de 17 anos atrás. Algumas das mais importantes instituições, como Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Unifesp, já falam em interrupção das atividades a partir de julho. A situação é agravada pela PEC do Teto dos Gastos, que congelou investimentos por 20 anos – proposta aprovada no governo Michel Temer e mantida por Jair Bolsonaro.
De acordo com o Painel do Orçamento Federal, as instituições de ensino superior têm R$ 2,5 bilhões para as 69 universidades e 1,3 milhão de estudantes. O valor é praticamente o mesmo que o orçamento de 17 anos atrás (com os valores atualizados pelo IPCA). Naquele ano eram 574 mil alunos e 51 instituições. A informação foi publicada pelo jornal O Globo.
Com um orçamento baixo, alunos mais pobres perdem a ajuda de universidades, pesquisas são interrompidas e contas como, luz, água e limpeza podem não ser pagas.
“Com o que temos disponível para gastos discricionários hoje, a UFRJ para de funcionar em julho. As aulas só continuam porque estão remotas”, afirmou a afirmou a reitora da universidade, Denise Pires Carvalho. “Mas todos os serviços da universidade, como os hospitais e as pesquisas, incluindo o desenvolvimento de uma vacina de Covid-19, serão interrompidos”, complementou.
A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) afirmou que, se, liberação de recursos, não terá “como arcar com o funcionamento básico a partir de julho”, e, por consequência, “o risco de paralisação total é real”.
“Para se ter ideia, a principal ação orçamentária, onde se encontram alocados os recursos para funcionamento da universidade, incluindo as despesas básicas como energia elétrica, água, limpeza, manutenção, vigilância, insumos para laboratórios de graduação, entre outros, que em 2020 foi de R$ 66 milhões, hoje, na prática, é de R$ 21,1 milhões, suficientes para manutenção das atividades até o mês de julho. Isso porque estamos no modelo de ensino à distância na maior parte de nossos cursos. Se houver a obrigatoriedade do retorno presencial, não será suficiente sequer para as adaptações mínimas necessárias”, disse a reitoria da instituição.
De acordo com o Pró-Reitor de Planejamento, Orçamento e Finanças (Proplan) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Fernando Marinho Mezzadri, todos os terceirizados da área de pesquisa podem ter que ser demitidos. “Isso afeta desenvolvimento da vacina contra Covid que estamos trabalhando. Efetivamente estamos no limite, não há possibilidade de conclusão do ano dessa maneira”, disse.