Mais um caso de feminicídio choca o Rio de Janeiro, especialmente a comunidade acadêmica da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Trata-se do assassinato por estrangulamento da estudante de pedagogia Ayend Cristine Hammad nesta última sexta feira (29).
Por Sonia Castro Lopes, compartilhado de Construir Resistência
O marido, Samy Fouad Hammad, é o principal suspeito do crime, pois teria enviado mensagem aos colegas de trabalho informando que havia assassinado a mulher e deixado a chave na porta do apartamento do casal, em Vila Isabel, zona norte do Rio. Após a denúncia, policiais foram até o local e encontraram o corpo da jovem universitária.
Ayend Hammad, além de estudante de pedagogia, estagiava na Prefeitura do Rio e deixou dois filhos pequenos. O marido da vítima, que se encontrava foragido, acabou de ser preso hoje à tarde e confessou o crime.
Colegas e professores lamentaram a morte da jovem e se solidarizaram com a família. Deixamos registrado nesse espaço as palavras do professor Leonardo Castro, que se encontra profundamente abalado pela tragédia.
“As mãos que mataram Ayend foram muitas!
As que teclam discursos de ódio
Que tornam rijos papéis rosa e azul
Que fazem armas frente ao povo
Que determinam, dos púlpitos, opressões às mulheres
Que invadem terras coletivas
Que ignoram saberes diversos
Que mitificam as trevas
Que controlam as mídias sangrentas
Que pregam o uno destruindo o plural
Que nos fazem chorar sua partida precoce!
Aos filhos amados nosso carinho na tentativa de consolar essa dor que será eterna nos seus corações.
Quantas Ayend iremos chorar até findar a prepotência de todas essas mãos?”
Foto: Jornal O Dia, 29/4/22. Reproduzida das redes sociais