Por Arcírio Gouvêa Neto, jornalista
Fenômeno atmosférico, pane nos transmissores de energia interligados de Portugal, Espanha, França, Alemanha e outros países, calor excessivo e vai por aí. É mesmo? Várias informações desencontradas varreram a Europa para explicar ou camuflar o real motivo do apagão histórico no continente. Pois bem…não foi nada disso.
O que aconteceu é que três países africanos, integrantes da Revolução de Sahel: Burkina Faso, Mali e Níger, liderados pelo presidente de Burkina Faso, Ibrahim Traoré, resolveram cortar o fornecimento de uranio à Europa, via França.
Antes da revolução, a França comprava urânio no Níger a preços simbólicos, apenas 0,2€ por kg, enquanto no mercado internacional o valor real é 200€ por kg! Com o urânio barato, a França produzia eletricidade em abundância, até mesmo para abastecer seus vizinhos europeus. Porém, com a expulsão dos franceses do Níger e a retomada do controle dos recursos naturais pelos africanos, essa era chegou ao fim.
Essa crise mostra, mais uma vez, o poder da mãe África: com apenas três nações participantes — Níger, Mali e Burkina Faso — fez a Europa inteira tremer.
Numa reunião com líderes africanos, há uns 15 dias, em Paris, Emmanuel Macron foi avisado por eles que a boa vida secular da França na África havia acabado. Nesse encontro, Macron sorria ironicamente. Não deu outra.
Vejam aqui matéria do DW de 2023, já abordando a possibilidade do apagão.
Será que as luzes se apagam na Europa se o Níger impedir a França de extrair mais urânio? A DW perguntou a especialistas africanos e europeus se o golpe de Estado no Níger afeta a cadeia de abastecimento de energia.
- O título da postagem é do Bem Blogado