Variante britânica pode gerar 61% de aumento no risco de morte, diz estudo

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Compartilhado de DW – 

Pesquisadores britânicos analisaram mais de 2,2 milhões de casos de pacientes infectados para chegar ao resultado. Estudo corrobora dados de pesquisa anterior.

Pessoas caminham com roupas de frio e máscara pela rua. Há um ônibus vermelho à esquerda. À direita, com cartaz da campanha de conscientização sobre o coronavírus.Variante britânica foi detectada em dezembro

Uma nova análise feita por pesquisadores britânicos forneceu mais evidências de que a variante B117 do coronavírus, que foi registrada pela primeira vez no Reino Unido, é 61% mais mortal do que o coronavírus original.




De acordo com o estudo publicado nesta segunda-feira (15/03) na revista científica Nature, isso significa que, entre homens com mais de 85 anos, o risco de morte para quem contrai a variante britânica aumenta de 17% para 25% e para mulheres de 85 anos ou mais, de 13% para 19%, nos 28 dias posteriores ao diagnóstico positivo. Entre os homens de 70 a 84 anos com a variante, as chances de morrer passam de 4,7% para 7,2% e, entre as mulheres na mesma faixa etária, de 2,9% para 4,4%.

“Nosso estudo sugere que a B117 não apenas é mais transmissível do que outras variantes pré-existentes do Sars-CoV-2, mas também pode causar uma doença mais grave”, indicam os pesquisadores da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres.

Segundo os cientistas, as estimativas “refletem um aumento substancial” no risco absoluto de morte entre pessoas de idade mais avançada – de acordo com a margem de erro, pode variar de 42% a 82%.

No entanto, para os pacientes com menos de 70 anos, o risco de morte continuou abaixo de 1%, mesmo entre os que contraíram a variante britânica. Já entre as pessoas até 34 anos, o baixo número de mortes não possibilitou uma análise robusta do impacto da B117.

Para chegar aos dados, os pesquisadores analisaram mais de 2,2 milhões de casos positivos de coronavírus e mais de 17,4 mil mortes por covid-19 na Inglaterra, entre 1º de setembro de 2020 e 14 de fevereiro deste ano. Fatores de risco como idade, sexo e etnia foram levados em consideração.

Estudo teve resultados semelhantes

Na semana passada, uma análise publicada no British Medical Journal, mostrou resultados semelhantes. Pesquisadores da Universidade de Exeter, na Inglaterra, determinaram um risco aproximadamente 64% maior de morte por infecção com a B117 em comparação com outras variantes do coronavírus. Para chegar ao resultado, os cientistas analisaram as mortes de quase 110 mil pessoas com mais de 30 anos infectadas, que compareceram a centros de testagem.

Até então, estava comprovado que a variante britânica, assim como outras, era mais transmissível que a original, mas não mais mortal. As novas pesquisas sobre a mortalidade d variante britânica  ainda requerem mais investigações, mas já podem refletir na gestão da atual crise sanitária.

Ainda em janeiro, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, afirmou que havia “evidências” que indicam que a variante britânica estaria associada a um maior índice de mortalidade. A preocupação com a disseminação da variante fez vários países fecharem as fronteiras para o Reino Unido. O Brasilchegou a proibir voos  vindos do país. Mesmo assim, a variante já está presente em solo brasileiro.

Cerca de 4 mil variantes do novo coronavírus já foram detectadas. Mas, segundo especialistas, poucas deverão ser capazes de influenciar o curso da pandemia.

De acordo com pesquisas, a maior parte das vacinas já desenvolvidas é eficiante contra a variante britânica.

le (efe, dpa, ots)

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