Varíola dos macacos: os países onde doença já foi detectada

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) segue monitorando a disseminação recente da varíola dos macacos – doença que, até o momento, tem causado infecções leves, apesar das lesões características na pele.

Compartilhado de BBC




Lesões na pele por varíola dos macacos
Legenda da foto,Varíola dos macacos causa coceira dolorida, que provoca lesões, mas a tendência é de que o quadro seja leve e acabe em poucas semanas

Mais de 100 casos foram confirmados fora das regiões em que a enfermidade é endêmica, em 16 países no total: Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, França, Israel, Itália, Países Baixos, Portugal, Reino Unido, Suécia e Suíça.

O surto da doença pegou cientistas de surpresa. As autoridades de saúde do Reino Unido, por exemplo, que contabilizava 57 infectados até esta segunda (23/5), chegaram a emitir novas recomendações recentemente, pedindo às pessoas infectadas ou que tiveram contato com alguém doente que se isolem por três semanas.

Na sexta-feira (20/5), a Bélgica se tornou o primeiro país a decretar uma quarentena de três semanas para aqueles infectados.

Falando no domingo na abertura da Assembleia Mundial da Saúde da OMS, Tedros Adhanom, diretor-geral da entidade, comentou que “a pandemia de covid não é a única crise em nosso mundo”.

“Enquanto falamos, nossos colegas ao redor do mundo estão respondendo a surtos de ebola na República Democrática do Congo, varíola e hepatite de causa desconhecida e crises humanitárias complexas no Afeganistão, Etiópia, Somália, Sudão do Sul, República Árabe Síria, Ucrânia e Iêmen”, completou.

“Enfrentamos uma formidável convergência de doenças, seca, fome e guerra, alimentada por mudanças climáticas, desigualdade e rivalidade geopolítica”, acrescentou o chefe da OMS.

Há alguns dias a entidade havia declarado que uma série de casos suspeitos de varíola dos macacos estavam sendo investigados – sem citar os países envolvidos – e alertou que mais infecções provavelmente seriam confirmadas. No sábado (21/5), publicou uma primeira lista com os locais afetados.

Gráfico sobre sintomas da varíola dos macacos

Depois que um primeiro surto foi identificado no Reino Unido, o vírus passou a ser detectado em vários outros países da Europa – com agências de saúde pública na Espanha, Portugal, Alemanha, Bélgica, França, Holanda, Itália e Suécia, todas confirmando casos.

Outras infecções foram anunciadas na Áustria e na Suíça neste domingo. A Argentina também informou um primeiro caso suspeito.

Susan Hopkins, diretora da Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido, comentou que novos casos estão sendo detectados “diariamente” e que o vírus já tem se espalhado de forma comunitária no país, ou seja, entre pessoas que não tiveram contato com ninguém que tenha visitado o continente africano, onde a doença é endêmica.

O risco para a população em geral, entretanto, permanece “extremamente baixo”, diz ela, com casos até agora encontrados principalmente em algumas áreas urbanas.

O vírus que causa a varíola dos macacos é mais comum em partes remotas da África Central e Ocidental – e não tende a se espalhar facilmente entre as pessoas.

A doença geralmente é leve e a maioria das pessoas infectadas se recupera em algumas semanas.

Embora não haja vacina específica para a varíola dos macacos, vários países informaram que estão estocando doses contra a varíola “comum”. Como os vírus que causam as duas doenças são bastante semelhantes, o imunizante tem eficácia de cerca de 85% na prevenção da infecção.

Ainda não está claro por que os surtos estão acontecendo agora.

Uma possibilidade é que o vírus tenha mudado de alguma forma, embora atualmente haja poucas evidências que indiquem a existência de uma nova variante.

Outra explicação possível é de que o vírus tenha encontrado o lugar certo na hora certa para se disseminar.

Também é possível que a varíola dos macacos se espalhe com mais rapidez do que no passado por conta da diminuição da cobertura vacinal da varíola “comum”.

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