Venha viajar comigo nesta breve história do futebol I

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Por Antonio Vergueiro* –

Desde que o futebol passou a existir, não esse futebol bonitinho de onze contra onze, mas o seu tataravô, muitas e muitas regras foram se modificando para melhor. Na China Antiga, por exemplo, por volta de 3000 a.C, os soldados chineses praticavam um jogo que na verdade era um treino militar. Após as guerras, formavam equipes para chutar a cabeça dos soldados inimigos. Com o tempo, as cabeças foram sendo substituídas por bolas de couro revestidas com cabelo.




Formavam-se duas equipes com oito jogadores e o objetivo era passar a bola de pé em pé sem deixar cair no chão, levando-a para dentro de duas estacas fincadas no campo. Estas estacas eram ligadas por um fio de cera.

Apenas por volta do século XVII, quando o futebol chega à Inglaterra, a modalidade começou a virar o que conhecemos hoje, com regras mais específicas, como o tamanho do campo, ou as regras do goleiro. Em 1875, o tempo passou a noventa minutos e em 1891 surgiu o pênalti. Já em 1907, a regra do impedimento chegou.

E por aí vai. Regras e regras vêm sendo criadas para deixá-lo cada vez mais interessante, competitivo e emocionante. Pois, afinal de contas, o que seria do futebol se não pudéssemos reclamar de um impedimento mal marcado ou de um pênalti? Qual seriam os papos de botequim e as conversas da molecada?

Antes, um esporte que na Inglaterra já era jogado por operários, no Brasil chega com status de esporte amador da elite branca e rica, trazido por estudantes do Reino Unido que traziam em suas bagagens chuteiras e bolas de couro.

 No entanto, não demorou muito para que o futebol conquistasse os operários e trabalhadores também do Brasil. O exemplo mais simbólico é o do Bangu Atlético Clube, time fundado por ingleses, mas formado, em grande parte, pelos operários da Fábrica de Tecidos Bangu, no subúrbio do Rio de Janeiro.

O clube foi o primeiro no estado a escalar um atleta negro, Francisco Carregal, em 1905. O feito fez com que, em 1907, a Liga Metropolitana de Football (equivalente à atual FERJ) publicasse uma nota proibindo o registro de “pessoas de cor” como atletas amadores de futebol.

O clube, então, optou por abandonar a Liga e não disputar o Campeonato Carioca. O Bangu ficou conhecido como um clube símbolo da luta contra o racismo no futebol brasileiro, mas foi o Vasco da Gama que entrou para a História ao conquistar um título com um plantel formado quase que inteiramente por jogadores negros, muitos deles “contratados” junto ao Bangu (à época, o futebol ainda era amador, e não havia contratações formais de atletas).

O clube que, em 1905 já havia eleito um presidente mulato, Cândido José de Araújo, foi campeão carioca em 1923, no ano de estréia na Primeira Divisão e despertou a ira dos rivais.

No ano seguinte, Fluminense, Flamengo, Botafogo e outros times abandonaram a Liga e fundaram a Associação Metropolitana de Esportes Atléticos (AMEA), entidade à qual o Vasco só poderia se filiar se dispensasse seus 12 atletas negros.

– Posteriormente, publicaremos a segunda parte deste texto.

*Antonio Vergueiro tem 16 anos e nem precisa dizer que adora futebol. Imagine neste momento, em que passa uma temporada em Los Angeles, o quanto o Antonio deve estar com saudades de ver o seu Vasco no Maraca!

Foto da capa: Fla-Flu histórico, empate em 0 a 0, deu o título carioca de 1963 ao Flamengo, o Maracanã recebeu seu maior público em um jogo entre clubes até então.

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