Vereador Fernando Holiday “estou aqui me entregando”

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De  Yolanda Castro, via João Lopes, Facebook, e leiam também manifestação de Marcos Cezar de Freitas, chefe do Departamento de Educação  da Universidade Federal de São Paulo. 

Aê Vereador Fernado Feriado (Holiday):




Eu sou uma professora de História. O senhor me taxaria como ESQUERDOPATA, mas eu sou ESQUERDATUDO (não só na pata). Já que o senhor tá pedindo denúncia quanto ao conteúdo revolucionário de nossas aulas, pra lhe poupar tempo eu já adianto: – Leio trechos do Manifesto Comunista, das Cartas de Che Guevara, dos pensamentos de Simone de Beauvoir e Frida Khalo e ainda canto Bob Marley e a Internacional Socialista com lágrimas em sala… Entre outras coisas mais. Depois posso lhe detalhar.

Oras, seu insano! Meus estudantes jamais me denunciariam. Eles APLAUDIRAM quando denunciei ao microfone a Reforma da Previdência. Eles me abraçam fraternalmente quando em eventos públicos em que participamos juntos eu denuncio o golpe que vocês deram no Brasil, empossando um presidente ilegítimo.

De qualquer maneira, estou aqui me entregando.

Sim! Estou com minhas e meus camaradas (ou melhor, KAMARADAS) preparando uma aulinha sobre o uso de Caixa 2 na campanha para a última eleição paulistana. Venha assistir.

Inclusive peço aos meus amigos que adiantem meu presente de aniversário. Preciso de muitas roupas com temáticas comunistas pois não sei ao certo o dia que o senhor pode aparecer. Quero estar linda para recebê-lo.

Ironias a parte, eu CONCLAMO todas as professoras e professores a não deixar nenhum colega sozinho neste momento. Todos juntos dando aula pra esse vereador a serviço do fascismo! Entrou na sala de um, vai ouvir a todos!

Viva a Revolução e ela nasce na ESCOLA!!!

Ah, coloca aí na sua listinha branca: –  Itaim Paulista. Pra entrar em nossas aulas, deve nos pedir licença!

O fascismo não pode ser subestimado

São Paulo, 04 de abril de 2017.

Dirijo-me diretamente aos vereadores da Câmara Municipal de São Paulo: Alessandro Guedes, Alfredinho, Antonio Donato, Arselino Tatto, Eduardo Suplicy, Juliana Cardoso, Reis, Senival Moura, Isa Penna e Sâmia Bomfim.
Os professores de São Paulo contam com a enérgica reação de cada um(a) em relação ao absurdo, violento, grotesco e fascista gesto do vereador do DEM e do MBL que decidiu realizar “fiscalização ideológica” nas escolas municipais de São Paulo.
Do alto de seu incontido desejo de servir a casa grande, sentiu-se à vontade para divulgar suas incursões e solicitar denúncias.
O fascismo não pode ser subestimado.
Todo vez que foi, os resultados foram desastrosos.
Não cabe a nós mais uma vez denunciar o óbvio: o esgoto é fétido. Cabe às autoridades que nos representam e a todos nós perguntarmos por que está correndo a céu aberto.
Estou há 35 anos em sala de aula.
Quero crer que restam expedientes democráticos e decorrentes do estado de direito para enfrentar essa situação com a altivez necessária.
Respeitosamente,

Marcos Cezar de Freitas
Chefe do Departamento de Educação
Universidade Federal de São Paulo

(conto com amigos/as para que essa manifestação chegue ao conhecimento das bancadas que se constituíram com votos do campo democrático, os nossos, portanto).

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