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Juliana Cardoso (PT) ressaltou a falta de reajuste para os servidores e também se posicionou contra a revogação da gratuidade nos transportes para idosos
São Paulo – A vereadora Juliana Cardoso (PT) classificou como “falta de discernimento” o reajuste salarial de 46% no salário do prefeito da capital paulista Bruno Covas (PSDB). Ela também criticou a retirada da gratuidade nos transportes públicos para idosos de 60 a 64 anos, decidida por Covas juntamente com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
A parlamentar afirmou que a prioridade da prefeitura deveria ser ajudar as famílias que terão de enfrentar o desemprego, em meio à pandemia, sem mais poder contar com o auxílio emergencial, que termina nesta terça-feira (29).
“Em vez de pensar em como vamos ter um número menor de mortes na cidade, temos que nos deparar com projetos de lei que fazem aumento de salário. E mais. Ainda retiram o direito do idoso da gratuidade no transporte público. Que absurdo é esse?”, questionou Juliana, em entrevista ao Jornal Brasil Atual.
Com o aumento, sancionado pelo próprio prefeito na última quinta-feira (24), Covas passará a receber, a partir de 2021, vencimentos de R$ 35.462 por mês. Os salários do vice-prefeito eleito, Ricardo Nunes (MDB), e dos secretários municipais também tiveram aumentos de 47% e 53% respectivamente. Um dia antes, os vereadores haviam aprovado os reajustes, por 34 votos a favor, 17 contra e uma abstenção.
Juliana disse que a bancada do PT ainda pressionou para que fossem reajustados também os salários dos servidores municipais, mas a proposta não foi aprovada. Ela destacou principalmente o esforço dos médicos e enfermeiros que estão na linha de frente do combate à pandemia. Por conta do risco de infectar suas famílias, muitos desses profissionais estão se hospedando em hotéis ou alugando outra moradia.
Fake News
Sem citar nomes, Juliana denunciou que apoiadores do presidente Jair Bolsonaro estão divulgando notícia falsa nas redes sociais, acusando ela e também o vereador Reis (PT) de terem sido favoráveis à retirada da gratuidade para os idosos. A revogação da gratuidade foi incluída em outro projeto que tratava de questões relacionadas à fiscalização de subprefeituras, mas teve voto contrário dos vereadores da oposição. Inclusive, o diretório municipal do PT entrou com ação na Justiça para tentar barrar a medida.
Desafios para 2021
Da mesma forma, a vereadora disse que a gestão Covas prepara novos ataques contra os servidores públicos para o próximo ano. Segundo ela, o perfil dos nomes anunciados pelo prefeito para compor o secretariado do seu segundo mandato apontam para a retirada de políticas públicas.
Na Educação, por exemplo, foi anunciado o nome de Fernando Padulla. Ele foi chefe de gabinete da secretária estadual da Educação quando ocorreram as ocupações das escolas, em 2015. Padulla foi um dos principais opositores ao movimento dos estudantes que lutavam contra a reorganização que previa o fechamento de unidades escolares.
Além disso, outra questão que merece atenção, em 2021, é a revisão do Plano Diretor do município. Ela diz que zonas de interesse social voltadas para programas de moradia, demarcadas durante a gestão Haddad, estão em risco, em nome da especulação imobiliária. “Eles vão cassar isso, como se fossem lobos caçando uma presa. Vamos precisar de força popular”, alertou.