Vergonha de ser brasileiro?

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Por Ulisses Capozzoli, Facebook – 

Como o Sol, que se desloca entre os trópicos de Capricórnio & Câncer ao longo do ano, aparentemente parte dos brasileiros oscila entre pensar e dizer que “Deus é brasileiro” e “ter vergonha de ser brasileiro”.




Mas a viagem do Sol entre os trópicos é só uma ilusão.

Pelo efeito combinado da inclinação do eixo de rotação da Terra e o movimento dela em torno do Sol, a translação.

Ainda que a visão sugira que o Sol se desloca de Sul a Norte, e Norte Sul. É apenas uma ilusão.

O motivo é a inclinação do eixo de rotação da Terra.

Que produz as estações do ano.

E, com as estações, uma enorme diversidade de efeitos.

A cor da pele/olhos/cabelos, dos moradores da Terra.

A hibernação dos ursos, a migração das aves, períodos alternados de maior intensidade de frio e calor.

Vejo nos jornais, com leitura atrasada porque passei o último par de dias nas montanhas, que 47% dos brasileiros “tem vergonha de ser brasileiro”.

Vou pedir licença para expor com clareza essa situação, correndo o risco de ser mal compreendido:

─ Vão à merda. À merda os que “tem vergonha” de ser brasileiro.

Eu não tenho. Por que teria? Por que sou patriota?

Não, essa conversa de patriotismo e nacionalismo, de que brasileiros são alegres e não tem preconceito não me pega.

E eu, como milhões de brasileiros, vivi sob a ditadura dos generais.

Bestas do porte de João Figueiredo que, do topo da sua truculência disparava:

─ Prendo e arrebento ─ um troglodita fardado, cagando suas regras fora do vaso sanitário. E limpando seu traseiro sujo com os dedos.

Reconheço não ter provas de que, entre os que “tem vergonha de ser brasileiro” está boa parte dos batedores recentes de panelas.

Sob o falso argumento de que protestavam contra a corrupção.

Deslavada mentira.

Nesse “mar de lama”, perdoem-me a expressão que já teve uso surrado por aqui, para onde foram as panelas?

E repito o que já escrevi aqui:

─ As panelas cozinham o galo. A carne dura do galo.

E vão continuar assim.

Surpresos com os feitos do Temer?

Mas ele não iria restaurar o País, no dia seguinte ao golpe?

Essa é a restauração do mordomo.

O Grande Cretino, o traiçoeiro, o patife conspirador.

O Mordomo cometeu gafes e mais gafes em sua curta viagem exterior?

É mais um motivo. Só mais um, dos muitos que tenho, para desejá-lo defenestrado, atirado pelas janelas do Palácio da Alvorada, numa repetição do que ocorreu (pela segunda vez) em Praga, em 1618.

Quando representantes do Sacro Império Romano Germânico foram literalmente atirados pela janela por adeptos sistematicamente reprimidos do protestantismo.

Não tenho vergonha alguma de ser brasileiro.

Pago as minhas contas, não dou trambique no troco, não furo a fila qualquer que seja ela,  peço por favor e digo “obrigado” a qualquer gentileza que me é prestada.

Faço pequenas brincadeiras no caixa da padaria, do cinema, do supermercado e da farmácia.

Quero ser cada vez menos sisudo.

O sisudo que nunca fui e nunca serei.

Porque sei que a vida é curta, como o sopro do vento.

Que não sou eterno, como creio que muita gente acredita ser.

Não sou dono definitivo de nada.

Ainda que, temporariamente, possa me pertencer.

Adoro dar presentes: um livro. Alguma coisa que um amigo ou conhecido possa, precisar mais que eu.

Faço isso com enorme prazer e mas não sou especial.

Nem um pouco especial. Descobri que a vida é um sopro do vento.

Não sou dono de nada. Nem do vento, nem da água, nem de uma única, das inúmeras árvores que plantei.

Não sou o patrão da noite ou do dia.

Não sou, eu, o proprietário dos outros.

Não sou o dono do tempo. E não tenho nada que possa chamar de “meu”, enquanto propriedade definitiva.

Desfruto de cada dia como se fosse o último.

Cada manhã e cada pôr-do-sol, em minha vida curtíssima.

Fração insignificante das infinitas manhãs e tardes da Terra.

Não tenho vergonha nenhuma de ser brasileiro.

Todos os povos da Terra têm suas virtudes e defeitos.

As virtudes, lapidadas como um diamante, pela cultura e educação. Itens preciosos que faltam por aqui.

O que temos é uma oligarquia saudosa da Casa Grande & Senzala.

Mas não voto nessa gente.

Não dou qualquer tipo de apoio. Não sou dos extremos.

Acredito na diversidade, não porque seja tolerante.

Tolerância, nesse caso, equivale à pura presunção.

Sou diverso porque a vida é diversa.

Sou pela pluralidade por uma questão de inteligência.

E não tenho vergonha alguma de ser brasileiro.

Por que teria? Por causa do Temer e de inúmeros clones dele?

O que tenho é ojeriza.

Repugnância profunda por esse tipo de gente.

Mas  isso não tem nenhuma relação.

Nem a mais remota.

De ter “vergonha do Brasil”.

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