Por Kaique Dalapola, publicado em Ponte Jornalismo –
Carroceiro é morto a tiros na zona oeste de São Paulo e vídeo mostra corpo do homem sendo retirado do local do crime pela própria Polícia Militar
Um carroceiro identificado como Ricardo Silva Nascimento, o Negão, 39 anos, morreu por volta das 18h30 desta quarta-feira (12/07), na rua Mourato Coelho, próximo ao cruzamento com a rua Teodoro Sampaio, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo. De acordo com testemunhas, o homem foi assassinado por um policial militar com três tiros no peito.
Segundo José Augusto Alves Neto, 62 anos, morador da região, o homem foi executado pelo PM sem esboçar nenhuma resistência. José conta que viu a ação de dentro do supermercado do local, onde estava com a esposa.
“Ouvimos a discussão, vi claramente o PM apontar a arma para o pobre coitado e depois [deu] dois tiros, e o cara estava no chão. Não foi tiroteio, não foi nem resistência armada. Foi execução”, afirma o morador da região.
Em um vídeo publicado ao vivo no Facebook logo após o ocorrido, um homem identificado como Piauí diz ter presenciado o momento que seu amigo foi assassinado. “A polícia chegou atirando. Eu corri, e ele [vítima] gritou: Piauí. Aí a polícia falou [para mim]: vai sobrar pra você. E deu mais dois tiros no peito”.
Piauí ainda conta, no vídeo, que a polícia foi chamada porque Ricardo teria pedido uma coxinha em uma lanchonete no local.
O corpo do carroceiro foi tirado do local pelos próprios policiais militares, como mostra vídeo abaixo, não preservando o local do crime para posterior perícia, procedimento padrão básico para qualquer investigação.
Em nota, o Pimp My Carroça, movimento de catadores de materiais recicláveis, disse que “crime foi seguido por uma série de absurdos cometidos pela força policial”, entre eles a retirada das cápsulas das balas e do corpo de Ricardo.
Outro lado
Procurada pela reportagem, a Polícia Civil disse que “equipes do DHPP estão em campo para colher elementos que constarão no boletim de ocorrência, que será registrado pelo departamento para investigação das circunstâncias”. Além disso, a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo) afirmou que “a Corregedoria da PM também apura a ocorrência, como é de praxe e exige a resolução SSP 40/2015“.