Eleito vice-prefeito de São Paulo no último domingo (27), o coronel da Polícia Militar de São Paulo, Ricardo Mello, já esteve envolvido em manifestações golpistas.
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Do Brasil 247
A informação foi divulgada pela coluna de Guilherme Amado no Metrópoles. Mello foi indicado à chapa do prefeito reeleito, Ricardo Nunes, por Jair Bolsonaro, o que reforça a conexão do ex-presidente com a gestão municipal.
Em novembro de 2022, Ricardo Mello participou de uma manifestação em frente ao Comando Militar do Sudeste, na capital paulista.
O ato defendia a intervenção militar e rejeitava a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais, ecoando a insatisfação de parte dos apoiadores de Bolsonaro.
Na ocasião, havia bloqueios ilegais em rodovias federais, organizados por grupos bolsonaristas. À época, Mello ocupava o cargo de presidente da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), uma empresa estatal federal.
Durante a manifestação, Mello publicou em suas redes sociais uma frase que chamou atenção: “Ou ficar à pátria livre ou morrer pelo Brasil”.
Perto do coronel, manifestantes seguravam faixas pedindo “intervenção federal”, um discurso que foi repetido em diferentes partes do país.
Movimentos similares ocorreram em Brasília, onde foi montado um acampamento golpista em frente ao Quartel-General do Exército. Foi desse local que, em 8 de janeiro, partiram muitos dos envolvidos na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.
Ceagesp
A trajetória de Mello na Ceagesp também foi marcada por controvérsias. Em 2021, ele foi acusado de forçar um funcionário a pedir demissão sob ameaça de prisão, segundo informações da coluna de Guilherme Amado. Essa postura autoritária foi um dos pontos críticos de sua gestão na estatal.
Além de sua participação em atos antidemocráticos, o vice-prefeito eleito é conhecido por posições polêmicas.
Mello se declarou contrário à vacinação contra a Covid-19, defendeu o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e fez declarações sugerindo que abordagens policiais devem seguir protocolos diferentes em bairros ricos e pobres.
Essas posições geraram críticas e preocupações sobre seu papel na nova gestão municipal.