Por José Maschio, jornalista, via o também jornalista Laurindo Lalo Leal Filho
Ela é diarista. Trabalha em quatro casas diferentes durante a semana. Já tomou uma dose. Usa máscara e toma todos os cuidados de isolamento e distanciamento. Mas é diarista. Precisa trabalhar.
Aí surge o dilema. Em três casas que trabalha, as famílias acreditam na vacina e tomam os cuidados necessários. Mas existe uma terraplanista no caminho. É a quarta casa. Por acaso na Gleba Palhano, lugar da elite caipira de Londrina.
Lá a “patroa”, menos de quarenta anos, é adepta da ivermectina, cloroquina e vitaminas. Mas não de vacinas. Ela, a diarista, conta que a “patroa”, orgulhosa, disse que até perdeu uma viagem a Paris, por recusar a tal vacina.
Ela precisa trabalhar. É diarista. Mas vive aflita. Percebeu que pode ser um elo de transmissão da covid-19. Culpa do negacionismo da “patroa” da Gleba Palhano. Mas aquela quarta diária semanal ajuda colocar comida em casa.
São histórias (reais) como essa que mostram porque o país mantém a assustadora marca de mil mortes diárias. Mesmo com o avanço da vacinação. O negacionismo é parceiro do coronavírus.