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Na última quarta-feira (25), a diretora executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, revelou: a violência contra a mulher é “a violação de direitos humanos mais tolerada no mundo”. A afirmação foi feita no Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher.
As palavras de Phumzile vão ao encontro da realidade vivida no Brasil. Segundo o Mapa da Violência 2015, de 1980 a 2013, foram vítimas de assassinato 106.093 mulheres. Os números são ainda mais alarmantes quando se faz o recorte de raça. Se o número de homicídios de mulheres brancas diminuiu, os homicídios de mulheres negras aumentaram 54% em dez anos no Brasil, passando de 1.864, em 2003, para 2.875, em 2013.
Veja: Homicídios de mulheres negras aumentam 54% em 10 anos, mostra estudo
A violência de gênero, segundo a diretora, se mostra como “uma das marcas mais claras do desequilíbrio das sociedades”. Contudo, o desequilíbrio citado por Phumzile parece não se originar da falta de direitos concedidos às mulheres, dado que, no mundo, 125 países já adotaram leis contra o assédio sexual, enquanto 119 adotaram leis contra a violência doméstica.
No dia de combate à violência à mulher, o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) também se posicionou. Em comunicado, atribui a “fraqueza de sistemas nacionais de prevenção, a falta de avaliação adequada dos riscos e a escassez ou baixa qualidade de dados como as maiores barreiras na prevenção do assassinato relacionado a questões de gênero e no desenvolvimento de estratégias significativas de prevenção”.
Em combate a essas violações de direitos, o CLADEM – Comitê Latino-americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher, com apoio do Justificando, realiza a campanha #16diasdeativismo em prol das mulheres. Você poderá acompanhar todo o conteúdo até o dia 10 de dezembro no site e nas redes sociais do Justificando.