Violência no Rio: classe média parece preferir isolamento e repressão

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Por Ricardo Moraes, no Facebook – 

Suspensão de aulas, tiroteios, guerra de facções, PM comprada pelos bandidos deixando uma facção entrar para enfrentar outra, milícias, etc. Isso tudo está acontecendo diariamente há anos! Nas comunidades mais pobres, como Cidade de Deus, Acari, quase todos os morros da cidade, isto faz parte do cotidiano. Como chegou na Zona Sul, atingindo o cotidiano da elite, a mídia passou a cobrir mais intensamente e agora exige Exército, pretexto ideal para golpe militar.




As mesmas madames que bateram panela agora querem o Exército para exterminar a juventude dos morros à bala. Saudades do Brizola que se recusou a este papel vergonhoso.

Com 14 milhões de desempregados, precarização do trabalho, regressão conservadora, corrupção dos políticos à mostra de todos, a saída seria mais democracia, políticas de inclusão social, fim da “guerra às drogas”, respeito aos direitos humanos, retomada dos investimentos públicos com fim do teto de gastos, mas não a elite exige menos democracia, mais repressão, menos direitos.

Enfim, vai continuar em carros blindados, condomínios fechados, sem andar a pé na rua, com medo, casas com grades, refém do medo e da violência.

Não pensa nunca em saída de longo prazo, em ampliação do SUS, em fortalecimento da escola pública e gratuita, em solidariedade com os mais pobres. Sonha em se mudar para Miami ou Lisboa (aliás um governo socialista hoje).

A violência atinge em primeiro lugar quem está dentro das favelas e das comunidades. Algum rico vai pegar uma arma e dar tiro? Quem compõe a PM e o Exército? Os ricos querem que os pobres armados reprimam os pobres desarmados e consomem drogas sem receio, enquanto pedem a repressão aos traficantes que aprenderam a cultura “empreendedora” e individualista com eles mesmos.

Como disse hoje o Lázaro Ramos no programa da Fátima Bernardes não adianta solução de curto prazo, é preciso pensar no ser humano a longo prazo, é preciso pensar na juventude negra pobre, aquela que os pais “nunca sonharam em mim engenheiro, médico”, etc.

A classe média tinha que se unir aos mais pobres para exigir mudanças, entre elas a legalização das drogas, mas não, parece preferir o isolamento e a repressão. Muito triste tudo isto. Mas ainda tenho esperança que com paciência e organização vamos construir um país melhor.

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

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