Visão de Bolsonaro sobre o meio ambiente é pior do que a da ditadura, diz professor

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Publicado em RBA – 

Para o geógrafo Wagner Ribeiro, com o ministro Ricardo Salles, atual gestão tem atuado para “desarticular tudo o que foi construído” ao longo dos últimos anos

“Quer desqualificar toda a gestão pública”, avalia professor em entrevista à Rádio Brasil Atual

São Paulo – No Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado hoje (5), o professor do Departamento de Geografia e do Programa de Pós-graduação da Universidade de São Paulo (USP) Wagner Ribeiro faz um balanço, em entrevista à Rádio Brasil Atual, sobre os seis meses do governo de Jair Bolsonaro e da gestão do ministro Ricardo Salles à frente da pasta do Meio Ambiente. Com propostas que acabam com a participação popular no Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e promovem o desmonte de institutos ambientais e de grupos de combate ao desmatamento, passando às mais recentes declarações de integrantes do governo sobre a reestruturação do Fundo Amazônia e a terceirização do monitoramento da região, fica evidente a construção de uma agenda voltada aos interesses do agronegócio.

“A ação do Ricardo Salles tem sido muito mais de desarticular tudo o que foi construído”, avalia Wagner Ribeiro à jornalista Marilu Cabañas. “Desde a ditadura militar está sendo construída a política ambiental no Brasil, os próprios militares tinham uma visão do meio ambiente muito melhor do que o que a gente está assistindo hoje”, adverte.




No comando do Meio Ambiente, o ministro tem justificado suas ações alegando uma suposta defesa da qualidade de vida urbana algo que, no entanto, o professor diz não ser uma novidade. Ribeiro, que acaba de retornar de uma expedição que fez à Amazônia, pelo projeto Baixo Rio Branco, iniciativa do Programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade Federal de Roraima (UFRR), diz ainda que o Salles ignora a existência de projetos alternativos criados em prol da preservação ambiental, perdendo inclusive o protagonismo do país no setor. “Estamos falando de seis meses de gestão de um país que tem potencial. A gente vai para essas comunidades (na Amazônia) e vê as pessoas vivendo com ciclos econômicos produtivos, ninguém fica parado em momento algum. A cada três meses eles estão fazendo um tipo de atividade diferente, o que falta é apoio”, observa.

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