Lula teve tratamento à altura de sua condição de estadista mundial e atraiu os holofotes da imprensa internacional
Por Bepe Damasco, compartilhado de seu Blog
Coluna de 13, 14 e 15 de maio
Além de reforçar o Sul Global, o multilateralismo tão ameaçado pelos EUA de Trump e firmar parcerias e acordos importantes para o desenvolvimento do Brasil, nas áreas de tecnologia, infraestrutura, energia renovável, biotecnologia (só a China vai investir R$ 27 bilhões no Brasil), dentre outras, a visita do presidente Lula à Rússia e à China fez o projeto de construção de uma nova ordem mundial andar muitas casas. Sem falar que, na Rússia, o presidente Lula participou das comemorações dos 80 anos do Dia da Vitória contra o nazismo.
Lula teve tratamento à altura de sua condição de estadista mundial e atraiu os holofotes da imprensa internacional. Contudo, no Brasil, da mídia comercial o presidente não arrancou um elogio sequer. Ao contrário, foi duramente atacado, até em editoriais dos jornalões, por ter participado, pasme, da celebração da derrota dos nazistas, em Moscou. Já os acordos com os chineses foram desdenhados. Com uma pobreza de espírito digna de pena, tudo que foge da influência norte-americana e europeia merece a condenação dos veículos de comunicação do Brasil. Deixa estar: os cães ladram, mas a caravana passa.
Que venha a CPI
Já no governo Lula 3, a oposição bolsonarista deu com burros n’água quando criou as CPIs do 8 de janeiro (uma tentativa idiota de transformar a vítima em culpada) e do MST, que via como a chave do paraíso para emparedar o governo. Agora, batem bumbo para instalar uma CPI para apurar as fraudes do INSS. Tudo bem. Vai ser interessante confrontar quem desbaratou a quadrilha e vai devolver o dinheiro com o governo Bolsonaro, que foi quando nasceu o esquema criminoso, sem que fosse movida uma palha para enfrentar a roubalheira.
A volta do velho Barça
Para os amantes do bom futebol, recomendo fortemente que não percam os jogos do Barcelona. Pena que a temporada europeia esteja chegando ao fim. Depois de sofrer alguns anos os efeitos de um crise administrativa e financeira, o futebol jogado pelo atual time do Barça é encantamento puro, um colírio para os olhos. Exibindo o tradicional jogo de toques refinados, típicos da Escola de La Masia, o centro de treinamentos do clube, a equipe catalã exibe uma estratégia de jogo que lembra o Santos de Pelé, na qual a melhor defesa é o ataque. Leva gols, mas faz muito mais, a ponto de já ter batido, em 2025, a incrível marca de mais de 160 gols.
O truque do discurso da crise fiscal
O desemprego é o menor das história; a renda do trabalho atingiu o maior patamar de todos os tempos; a inflação, embora levemente fora da meta, está sob controle; a política de valorização do salário mínimo está de volta; os índices de pobreza caem e cerca de 24 milhões de pessoas deixaram de passar fome; depois de longo período de retração e estagnação, a indústria ganhou forte impulso com o programa Nova Indústria Brasil; após de 30 anos emperrada, finalmente a reforma tributária virou realidade. Mas, nada disso tem importância para o mercado financeiro e seus porta-vozes na imprensa, mas sim uma propalada crise fiscal, que expressa a inconformidade dos endinheirados com o investimento social feito pelo governo.
