Poema de Martím César e Diego Müller, enviado para este blog pelo amigo, poeta e cantor Marco Aurélio Vasconcellos
Um cavalo no telhado?… Pergunta que nos invade!…
– O erro está nesse quadro, ou em toda a humanidade?
Quem olha não acredita,
Nessa visão incoerente…
Mas a descrença do crente
Não vê no cavalo ilhado
Algo mais que só um quadro,
Tão triste – em sua beleza:
Não crê que é a mãe-natureza
Que está mandando um recado!
Pois quem destrói a floresta,
Quem corta as matas ciliares…
Quem suja os rios e os mares,
Quem tira a Terra dos trilhos…
Está apertando o gatilho,
Que mata a própria esperança…
– Pois vai deixar, como herança,
Tão só, um deserto a seus filhos!
Um cavalo no telhado?… Pergunta que nos invade!…
– O erro está nesse quadro, ou em toda a humanidade?
Quem olha não acredita
Em tanta casa invadida,
Pelas águas, consumidas
Na força brutal dos rios!…
Tempo de dor… Desvario…
Cobrando a conta do homem,
De um ser que a tudo consome
Em meio a pratos vazios!
Muito anda acontecendo,
Num mundo, que era normal…
Pois quem planta o próprio mal
Colhe o mal, logo – ali em frente!…
A natureza não mente,
E nos avisa – em alarde –
Que amanhã já será tarde,
Pra quem não cuida o presente!!!
Um cavalo no telhado?… Pergunta que nos invade!…
– O erro está nesse quadro, ou em toda a humanidade?