Por Carlos Eduardo Alves, jornalista
Lula fez a parte dele. Construiu a frente ampla antifascista, superou a mais torpe campanha de difamação e perseguição de bandidos da Justiça e da mídia hegemônica, correu o país em campanha etc. Agora, é a vez do povo brasileiro.
Fazer previsão em disputas eleitorais é sempre um risco. Um velho ditado dizia que de cabeça de juiz, bumbum de criança e urna nunca se sabe com certeza o que vai sair. Mas o atual pleito para a Presidência da República já tem Luiz Inácio Lula da Silva como vencedor.
Desde o dia em que deixou o cárcere injusto de Curitiba, sabia-se que Lula seria novamente candidato e que, acima de tudo, ele é imbatível no coração dos brasileiros. O único ponto de interrogação não é o quem, mas o quando. Lula poderá triunfar agora ou na segunda volta, no início de outubro.
Lula, na atual campanha, soube construir uma frente ampla em defesa da Democracia. Manteve os velhos e fiéis aliados do campo popular e atraiu o PSOL pela primeira vez em corrida presidencial. Ao mesmo tempo, conquistou a adesão de parte relevante da direita tradicional ao convidar Geraldo Alckmin para companheiro de chapa.
Nos últimos dias, representes da velha guarda do PSDB, dos tempos em que a agremiação era alguma coisa próxima da social-democracia e não uma lamentável sublegenda do bolsonarismo, também se reuniram com o ex-presidente da República e externaram apoio a ele. Como dizem Lula e Alckmin, numa frase que é atribuída ao gigante Paulo Freire, o momento exige “unir os divergentes para enfrentar os antagônicos”. Em palavras mais diretas, todos contra o fascismo.
Lula, além de outras inúmeras qualidades, é um craque, o Pelé da Política. Sabia que a jornada exigia ampliação para vencer e, depois, governar. A destruição do tecido social e político que a extrema-direita causou é algo inédito na História do Brasil.
Nunca antes um fascista fora eleito via urna para a Presidência. Os militares, lembremo-nos, chegaram ao poder pelas armas, por um golpe de Estado.
O pior, é preciso saber o tamanho do inimigo para combatê-lo melhor, o bolsonarismo criou um duelo inédito para o campo progressista. . Pela primeira vez, a extrema-direita tem base popular no Brasil. Milhões de ratos saíram do esgoto para a rua, desfilando preconceitos, idiotices, ressentimentos e maldades.
Não é só na elite, não nos enganemos. Uma parcela revelante da classe média baixa e branca encontrou no genocida alguém que verbaliza seus péssimos sentimentos.
Não se vence o quadro atual trágico somente com a esquerda socialista, reconheçamos. Mas Lula, conhecedor da alma do brasileiro, logo percebeu isso e o resultado está aí: vitória amanhã, dia 2, ou no final do mês. Melhor que seja agora, para evitar mais golpes baixos dos cafajestes fascistas.
Mas, caso seja adiada, é importante olhar para o passado recente: mesmo no auge da popularidade, Lula é Dilma nunca liquidaram a fatura na primeira volta. Mesmo assim, fizeram governos exitosos. O importante é vencer, nunca uma dianteira folgada na primeira votação, como a se prenuncia para Lula, deve ser encarada como derrota.
Lula fez a parte dele. Construiu a frente ampla antifascista, superou a mais torpe campanha de difamação e perseguição de bandidos da Justiça e da mídia hegemônica, correu o país em campanha etc. Agora, é a vez do povo brasileiro.
Eleger uma bancada de parlamentares comprometida com mudanças e, depois, garantir a governabilidade. Os fascistas não darão trégua a um governo comprometido com os pobres e miseráveis.
Cabe a nós garantir, se necessário nas ruas, para que a vontade expressa nas urnas seja respeitada. Mas antes de tudo, se você estiver lendo esse texto antes de ir votar, lute até o último segundo pelo último voto que levará Lula de volta à Presidência da República. Nos braços do povo brasileiro.