Os jornalistas do segmento de jornais e revistas da capital conquistaram o reajuste pela inflação após seis meses de negociação. Em assembleia com mais de 300 participantes, a categoria também suspendeu a paralisação marcada para a tarde desta quinta-feira (25), mas promete manter-se mobilizada para ampliar direitos em 2022.
Por Adriana Franco, compartilhado do site do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo
Em carta, os profissionais avaliam que “o resultado final não é necessariamente justo, mas o possível de se alcançar após meses de desgastantes negociações”.
O presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, Thiago Tanji, avaliou o momento como uma vitória histórica para a categoria e lembrou que demais profissionais devem se beneficiar deste movimento que saiu fortalecido. Jornalistas em rádio e televisão terão sua primeira rodada de negociação da campanha salarial na próxima semana.
Um dos jornalistas presentes na assembleia lembrou que a união e o fortalecimento da categoria surgiu durante a redução salarial promovida pelas empresas durante a pandemia e pediu aos colegas que o preservem. “2022 vem aí e precisamos manter a mobilização. Aprendemos muito e ganhamos com isso, por isso queria enaltecer o equilíbrio físico e mental dos jornalistas que participaram. Foi desgastante, mas conseguimos!”, comemorou.
A histórica mobilização dos jornalistas na capital garantiu a reposição da inflação de 8,9% nos salários de até R$ 10 mil a partir de dezembro, e um fixo de R$ 890 para os demais. Os jornalistas também conquistaram a volta da PLR, retirada na Convenção Coletiva 2020-2021.
“Estou muito feliz com a conquista e a vitória é histórica não só para nós de jornais e revistas. O pessoal de assessoria de imprensa também acompanhou de perto nossa mobilização. Avançamos em estrutura de organização e mobilização, que precisamos usar no ano que vem, principalmente em reivindicações que ainda não foram atendidas, como a licença-maternidade de seis meses”, lembrou a jornalista na assembleia.
“Hoje as redações estão mais jovens e a moçada foi muito corajosa e acho admirável”, reconheceu um dos jornalistas presentes, que emendou: “Quando a pandemia acabar, precisamos retomar o nosso espaço e ocupar o auditório Vladimir Herzog. Então, vamos nos sindicalizar”, aconselhou.
A representativa assembleia da categoria terminou com uma salva de palmas após aprovação da carta dos jornalistas ao sindicato patronal; uma carta aos jornalistas do Agora, que comunicou seu fechamento e nos quais muitos colegas seguem com o futuro incerto; e uma moção de apoio à greve da EBC que se inicia às 0h desta sexta-feira (26).
Com a suspensão da paralisação, os jornalistas mantiveram um tuitaço para a tarde desta quinta-feira.