Por Willian Novaes –
Sempre tem o outro lado. Navegar contra a maré às vezes funciona. Custa caro. Cansa. Dá trabalho. Mas faz parte. Ainda bem que ele existe. Esse lado quase milagroso apareceu na última sexta-feira. Vencemos o Prêmio Jabuti, da CBL – Câmara Brasileira Do Livro, de forma inquestionável com 1º e 2º, em “nossa especialidade”, Reportagem e Documentário.
Os seguidores do deputado Bolsonaro devem estar bravos, nervosos e raivosos. Cova 312, da Daniela Arbex foi pras cabeças mostrando um lado da ditadura militar que matou, torturou e escondeu as suas vítimas. Tudo em nome da tradição, família, propriedade e da luta cínica contra o comunismo e corrupção.
O querido Paulo Moreira Leite foi na sequência. Com a Outra História da Lava-Jato. Os camisas pretas devem estar ruminando. Odiosos como sempre. Isso faz parte.
Editamos os dois melhores livros-reportagens de 2015. Isso é mérito. Depois de mais de 10 indicações da Geração Editorial, nos últimos anos. enfim, chegamos ao pódio. Bem no momento das verdades absolutas. Do cinismo do jornalismo tupiniquim. Sem matérias nos grandes. Sem ajuda de juízes de primeira instância e sem delegados ditando e ajudando a escrever.
Queridos amigos não precisamos e não fazemos isso. Foi uma vitória em tempos de derrota para a democracia. Dessa forma não devemos satisfação pra ninguém. Nem favores. A parada é dura. A “censura” nos grandes continuará, mas faz parte. Avante. O jornalismo ainda respira.