Viva a Matemática!

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“Tinha eu 14 anos de idade…”

Por José Sergio Rocha, jornalista




Depois de desistir de algumas profissões (banqueiro, bancário, bombeiro etc.) no tempo de criança, fiz no final do ensino médio uma aposta: mesmo detestando Matemática, optei pelo Curso Científico em vez do Clássico. Resolvi ser engenheiro químico. Era bom aluno de Química, razoável para bom de Física, porém ruim de números. Portanto, mudei de cais, trocando o submarino das Exatas pelo veleiro das Humanas.

Porém (ai, porém), se tivesse lido “Histórias da Matemática – da contagem nos dedos à inteligência artificial”, de Marcelo Viana, do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), talvez repensasse. E além disso, faria como o Paulinho da Viola e aos 14 anos também aprenderia a tocar um instrumento musical. Mas isso seria impossível, uma vez que o autor do livro sequer havia nascido em 1964/65.

Em tempo: o samba maravilhoso é do Paulinho da Viola e do seu parceiro Élton Medeiros.

A orelha do livro editado pela Tinta da China não ouve os nossos ais. Prefere dizer coisas e nos indagar, por exemplo, quanto o Brasil poderia se desenvolver se priorizasse o ensino e pesquisa em Matemática?

O TEXTO DA EDITORA

Até que ponto nossas vidas são moldadas pela matemática? Dos gestos mais banais a inacreditáveis descobertas tecnológicas, o nosso dia a dia é regido por um conjunto de leis ora simples, ora de uma estonteante complexidade, a que damos o nome de matemática. Leis engenhosas, que só poderiam ser concebidas pela mente humana; mas também leis “naturais”, encontradas no universo muito antes de nossa chegada. Leis que por vezes são misteriosas, insondáveis, e por vezes são de uma beleza tão perfeita que chegamos a pensar que só podem ter parte com os deuses.

Distinguido com o Prêmio Louis D., um das maiores reconhecimentos da área, e apontado por seus pares como principal matemático brasileiro de sua geração, Marcelo Viana publicou os textos reunidos nesta antologia em sua coluna na Folha de S. Paulo, com a finalidade de divulgar a matemática para leitores não necessariamente iniciados.

Revelou-se um cronista de mão cheia. Conhecido pela habilidade com os números — Marcelo é especializado em sistemas dinâmicos e teoria do caos —, em Histórias da matemática ele mostra um raro domínio das palavras e seduz o leitor com as grandes e pequenas histórias que estão por trás de séculos de conhecimento.

Organizadas em origem cronológica desde Pitágoras até os recentes avanços da inteligência artificial, estas Histórias da matemática nos conduzem por biografias, teorias, ideias, paradoxos, conjecturas, problemas — e também curiosidades e anedotas — que nos contam como evoluiu o nosso conhecimento sobre os números.

Por que a letra x tem tantas funções diferentes no mundo da matemática? De onde vêm os nomes dos dias da semana em português? Os bichos sabem contar? Por que construir uma estrada para cortar caminho entre dois pontos pode acabar aumentando o congestionamento? Como surgiram os números negativos? Quais foram as primeiras mulheres que se destacaram na ciência? Qual é a probabilidade de que os testes aplicados na população durante uma epidemia deem falso positivo? Quanto o Brasil poderia se desenvolver se priorizasse o ensino e a pesquisa em matemática?

O cronista, ao contrário do matemático, só precisa nos provar uma coisa: que tem um assunto irresistível para conversar com o leitor. De história em história, Marcelo Viana nos faz devorar este livro com um sorriso nos lábios. E, como quem não quer nada — pois assim fazem os melhores cronistas —, demonstra que não apenas o nosso dia a dia, mas também os destinos das nações e da própria humanidade, são moldados pela matemática.

POR FIM, o link prometido é https://www.youtube.com/watch?v=pWThOjg1DIk

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