Por Washington Luiz de Araújo, jornalista –
Rafaela Lopes Silva, Mayra Aguiar da Silva, Rafael Carlos da Silva e Thiago Silva. Todos Silvas, todos são medalhistas das Olimpíadas Rio 2016.
Seria obvio dizer aqui que estes três atletas só ganharam projeção nos jogos olímpicos graças ao apoio do governo federal nas eras Lula e Dilma.
Obvio seria se a grande mídia não escondesse este apoio. Não escondesse que foi graças a outro Silva, Luiz Inácio, que hoje estejamos sediando as Olimpíadas.
Estávamos a caminho de resgatar, de pagar nossa grande dívida com os Silvas e tantos outros sobrenomes de pessoas simples, pobres, que com seu suor construíram as riquezas de muitos com sobrenomes considerados pomposos. Mas veio a ameaça concreta de golpe e toda esta dívida corre o risco de não ser quitada. Pelo contrário, ser ampliada.
Corremos o risco de voltarmos a 1977, por exemplo, quando Gonzaguinha gravou Dias de Santos e Silvas, que mostra o infortúnio, o sofrimento e a esperança de um Silva. A esperança única era a de ganhar no jogo de bicho e ver sua vida melhorada.
Época que, infelizmente, ameaça despontar. Época em que, como na música, só restava ao povo dizer: “É… mas, sei, vai melhorar. Pior que tá não dá pra ficar”.
Triste, mas todas as conquistas no campo social vislumbradas nos últimos 13 anos correm o risco de desaparecerem e voltarmos a ver sobrenomes como os Silvas serem sobrepujados.
Mas, com todo esta possibilidade sombria, parabéns aos Silvas do Judô. Parabéns ao Silva, melhor presidente de todos os tempos, medalha de ouro na modalidade de superação da pobreza e na inserção do Brasil como um país de destaque econômico e social.