Por Celso Sabadin, Facebook –
No saguão de embarque de Congonhas, sento-me ao lado de um sujeito que está com o notebook no colo. Ele assiste a um filme. Por xeretice, curiosidade e até por força da profissão, dou uma espiada e tento saber qual seria o filme. Não identifico. Pelo jeito, pode ser uma série. Sou ruim de seriados: conheço muito pouco do assunto.
O alto-falante chama um voo. O rapaz se levanta e sai. Em seguida percebo que ele esqueceu em sua cadeira uma garrafa de água. Instintivamente, pego a garrafa com a intenção de devolvê-la ao dono. E percebo que jamais eu conseguiria identificá-lo. Motivo: eu simplesmente não olhei para o rosto dele. Olhei o notebook, xeretei o filme, olhei os rostos dos atores, as cores. Mas não olhei nem por um segundo o rosto do dono do computador.
Que tempos tristes estes nossos. A gente não se olha mais nos olhos.
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