Por Carlos Eduardo Alves, jornalista
Desenhando para o pessoal que insiste que o PT deveria lançar uma candidatura de esquerda à presidência da Câmara no primeiro turno e só apoiar o nome contra o candidato de Bozo no segundo turno: hoje a tendência é que no voto secreto Lira ganhe. Vai contar até com apoio majoritário no PSB, razoável no PDT e até uns votinhos sem-vergonha de petistas imorais, poucos mas existentes.
Lançar um candidato de esquerda para “marcar posição” para alegria dos delirantes de rede social, ou adeptos de seita política, poderia simplesmente ocasionar: esvaziamento político de uma frente no Parlamento que tenta deter a barbárie legislativa, como a ideia fascista de Moro do excludente de ilicitude, ou seja, a oficialização legal do direito de executar pobres e negros.
Quer mais um motivo para barrar a candidatura dos “puros” e perdedores? No voto secreto, seria possível ao bolsonarismo descarregar parcela dos seus votos no candidato de “esquerda”, sabidamente mais fácil de ser derrotado na segunda volta por um colégio eleitoral velhaco e amplamente conservador.
Em suma, é sim hora de redução de danos no Parlamento. Apesar de seu comprometimento com a política econômica neoliberal, é inegável que Rodrigo Maia barrou muitas pautas genocidas de Bozo.
É o que temos para hoje, já que não há mobilização popular alguma, ALGUMA repito, que permita uma ruptura.
Fora isso, como pensa o pessoal da seita, é permitir excludente de ilicitude, perseguição legal a mulheres, negros e gays, fim do ensino laico e outras atrocidades. Talvez os “revolucionários” pensem que as massas estejam nas ruas (quem sabe o chá de cogumelo seja conselheiro…)
Luta pelo poder se trava nas ruas ou no voto. Acordos parlamentares se esgotam no Parlamento.
PS: hoje, Lira tende a levar a disputa e entregar a pauta legislativa a Bozo e aos milicos.
