Rompido com o governo Bolsonaro, o ex-ministro critica a atuação do centrão no Ministério da Educação
Por Lucas Rocha, compartilhado da Revista Fórum
Abraham Weintraub, ex-ministro da Educação do governo Jair Bolsonaro (PL), disse nesta quarta-feira (22) que acredita que novos escândalos devem aparecer no Ministério da Educação diante das investigações da Política Federal sobre o possível tráfico de influência no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
“A equipe que gerou todo esse caroço continua lá. Os desgastes vão continuar, vão aparecer mais coisas. E, se não aparecer agora, vai aparecer ano que vem. O pessoal está trabalhando, todo dia acorda e vai trabalhar. E gente errada trabahando faz coisa errada”, disse o ex-ministro em entrevista ao jornalista Lauro Jardim, de O Globo.
Weintraub saiu do governo em meio a investigações do Supremo Tribunal Federal (STF) por declarações racistas. Segundo ele, no entanto, o que mais contribui para Bolsonaro exonerá-lo foi a recusa em aceitar a entrada do centrão no FNDE. O olavista é pré-candidato ao Governo de São Paulo pelo PMB.
Para o ex-ministro, Bolsonaro vive “síndrome de Estocolmo” do Centrão e foi “seduzido pelo poder a ponto de humilhar e atacar pessoas que estavam do seu lado desde o início”.https://d-2762857024884188369.ampproject.net/2206071918001/frame.html
Prisão de Milton Ribeiro
Milton Ribeiro foi preso em operação da Polícia Federal (PF) suspeito de operar um balcão de negócios no Ministério da Educação e na liberação de verbas do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação). A prisão do ex-ministro é preventiva, ou seja, não tem prazo para ser revogada.
Ribeiro, no entanto, tem audiência de custódia prevista para quinta-feira (23), em Brasília. A defesa pediu que ela fosse realizada no litoral de São Paulo, onde o pastor vive. Os advogados alegam que a medida é injusta e desnecessária.
A PF também cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços de Ribeiro e dos pastores Arilton Moura e Gilmar Santos, ligados ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e apontados como lobistas que atuavam no MEC.
A operação chamada Acesso Pago investiga a prática de “tráfico de influência e corrupção para a liberação de recursos públicos” do FNDE.