O TSE proibiu o transporte de armas e munições de sábado a segunda, devido a realização do segundo turno das eleições, no dia 30 de outubro
Na foto: Carla Zambelli em São Paulo, neste sábado (29/10), após a repercussão do vídeo em que ela aparece perseguindo um homem com uma arma na mão. - (crédito: Henrique Lessa/CB/DA PRESS)
Após a repercussão dos vídeos que mostram a deputada federal Carla Zambelli (PL) com uma arma na mão e perseguindo um homem, neste sabado (29/10), em São Paulo, a parlamentar admitiu que sabia da resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que proibe o transporte de armas e munições entre sábado e segunda-feira (31), devido a realização do segundo turno das eleições.
“Conscientemente eu estava ignorando a resolução do Alexandre de Moraes, porque ele não é legislador, ele é simplesmente o presidente do TSE e um membro do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele não pode em nenhum momento fazer uma lei”, afirmou Zambelli para jornalistas em São Paulo.
Em setembro, por unanimidade, os ministros do TSE decidiram proibir o transporte de armas e munições em todo o país no período de sábado até segunda-feira. A resolução atende a um pedido dos Chefes de Polícia Civil dos Estados, que alertavam para os riscos diante do cenário político polarizado.
A proibição vai impedir que os chamados CACs — caçadores, atiradores desportivos e colecionadores — circulem armados na véspera, no dia da eleição e no dia seguinte. Os ministros do TSE argumentam que a medida é necessária para garantir o livre exercício do voto sem ameaças e para prevenir confrontos armados em decorrência da violência política.
Segundo a resolução, em caso de descumprimento, o eleitor armado estará sujeito à prisão em flagrante por porte ilegal de armas. Segundo o TSE, o porte de armas está autorizado apenas para agentes de segurança pública que estejam em serviço nos dias da eleição.
Zambelli diz que foi empurrada por “homem negro” e “militante de Lula”
Na tarde deste sábado, viralizou um vídeo mostrando a deputada Carla Zambelli com uma arma na mão perseguindo um homem pelo bairro de Jardins, em São Paulo. O caso ocorreu próximo a um ato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A deputada explicou o caso no Instagram, e disse que foi agredida pelo homem, que seria “um homem negro” e “militante de Lula”. “Me chamaram de filha da puta”, disse.
No vídeo, o homem aparece correndo no cruzamento das alamedas Lorena e Joaquim Eugênio. A pessoa que faz a gravação diz “é a Zambelli, é a Zambelli”. Momentos depois, a deputada aparece com uma arma na mão, apontando em direção ao homem, e grita “pega ele”. O homem tenta se esconder em um comércio. Zambelli entra no local e grita para ele: “deita no chão, deita no chão”.
Pelo Instagram, a deputada fez uma publicação explicando o caso. O vídeo tem a legenda “Militantes de Lula me cercaram e me agrediram quando eu saía do restaurante”. “Acabei de fazer um boletim de ocorrência, pois fui agredida agora pouco. Me empurraram no chão, era um homem negro, pois escolheram um homem negro para vim em cima de mim, mas eram vários. Eu estava saindo do restaurante, eles tinham visto a gente antes, então me cercaram, e me empurraram, me machucaram. Eles me chamaram de filha da puta, de prostituta, me xingaram de várias coisas, cuspiu em mim”, diz a deputada.
Logo depois, Zambelli diz que foi empurrada pelo homem. “Quando ele me empurrou, eu sai correndo atrás deles, disse que ele tinha que ficar aqui, para poder esperar a polícia chegar, aí ele se evadiu. Então, eu saquei a arma e sai correndo atrás dele, pedindo para ele parar. Ele ficou com medo, e parou dentro de um bar, e eu pedi para ele esperar, para dar flagrante nele. Nisso ele começou a pedir desculpa, porque estava filmando, acabando de filmar o pedido de desculpa, eu disse: ta bom, agora você pode ir. Então ele pegou e começou a fazer de novo”, afirma Zambelli.
No entanto, outro vídeo mostra que a deputada caiu sozinha. A gravação mostra que, após tropeçar sozinha, Zambelli se levanta e corre atrás do homem acompanhada pelos seguranças dela. No meio da perseguição, dá para escutar um tiro, que não foi disparado por Zambelli. O vídeo mostra também que várias pessoas agrediram o homem.