VOLTA DA DONA SANTINHA
Não é que, mesmo depois da derrota fragorosa que sofreu, Gilmar Mendes voltou a atacar o PT, babujando de ódio? Numa entrevista a Fausto Macedo do Estadão, disse com todas as letras que foi o PT que “instalou a roubalheira no país”.
Esses ataques continuados, repetitivos, sem tréguas, contra um alvo só (embora todos os partidos estejam implicados em escândalos), são muito suspeitos. Mantras no estilo Göebbels, vindos de onde vêm, acabarão criando em torno do partido uma aura de santidade que o PT não merece. Qualquer hora, o papa vai ficar sabendo e canoniza o Lula, olha o perigo!
Está pegando muito mal. Os Nosferatus tipo Gilmar, Cunha, Serra, Roger, Bolsonaro, Lobão e outros que andam meio sumidos dos radares do DEA parecem seres teletransportados nas máquinas do tempo dos anos 1940/50 para fazer com o PT a mesma coisa que os carolas e fascistas fizeram com o PCB. Por isso, é preciso ficar atento neste (ainda) início de século e de milênio. Daqui a pouco ressuscitam Dona Santinha, mulher do marechal Dutra, que teve papel importante na proibição do jogo e dos cassinos. Uma senhora que todos gostaríamos de ter como vovó, mas nunca como síndica do prédio onde moramos.
O PT é apenas um agrupamento composto por gente que presta e por gente que não vale nada. Quase igual ao Salgueiro: nem melhor nem pior do que os outros partidos. E nem mesmo diferente.
Enquanto isso, a direita prossegue sua brilhante estratégia de fazer a cabeça do eleitorado com idiotices que levam um monte de carecas nazistas, velhos hidrófobos e velhas com cabelos pintados de roxo às ruas para entoar palavras de ordem xenofóbicas e homofóbicas.
A esquerda é mais esperta. Vi há pouco um vídeo da entrada do Ciro Gomes no PDT. Não acho que o Ciro Gomes possa ser considerado por alguém, em sã consciência, um cara de esquerda, mas ele pode surpreender. O jornal que eu assinava disse ontem que o governo não tem Plano B. Só rindo mesmo.
