EGRÉGIOS GLÚTEOS
Tem um lugar chamado Propriá, em Sergipe, à beira do São Francisco. Prefiro o nome antigo da cidade: Santo Antônio do Urubu de Baixo. Fui lá na barriga materna só para nascer. Logo, a família estava de volta ao “Sul”. Não posso ter saudades de um lugar que nem conheço, porém terra de gente boa como o governador Seixas Dória, que ficou ao lado do Jango em 1964, e do Carne Frita, o maior campeão de sinuca de todos os tempos.
Me contaram, também, histórias mais pesadas de cangaceiros e de famílias poderosas que mandavam e desmandavam, como os Brito. Os Brito tocavam o maior rebu no início do século passado. Mais temidos do que os cangaceiros que não atacavam a cidade porque a filha de Lampião estudava em Propriá na mesma escola que a minha mãe era aluna. Desde criança, eu nem gostava de ouvir o nome dos Brito, embora estivesse a milhares de quilômetros de distância.
Aí, um dia, fiquei sabendo que um ministro do Supremo Tribunal Federal era desta família que morava no casarão em frente à casa do meu avô. Eu já o admirava pelas boas posições que assumira como ministro e como presidente do Supremo Tribunal Federal. Parei de achar que os Brito eram bandidos por causa dele. Só que agora faltam apenas quatro meses para prescrever o mensalão tucano de Minas Gerais, que deu origem ao mensalão do PT, do PMDB, do PTB etc.
Adivinhem quem ficou sentado anos e anos em cima do processo? Pois é, o ministro Brito. A “zelite” não tem salvação.