Ambientalista que não aceita “peixe vivo” acaba com muito peixe morto

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Por Fernando Brito, do Tijolaço publicado no  Spresso SP – 

A morte de milhões de peixes, em Salto, é uma vergonha para São Paulo, o estado mais rico do país, com uma companhia de saneamento (Sabesp) que negocia suas ações até na Bolsa de Nova York

peixes
Ambientalista que não aceita “peixe vivo” acaba com muito peixe morto

A cachoeira de água preta do Rio Tietê na sexta-feira virou uma capa branca de peixes mortos na cidade de Salto, 100 km rio abaixo.

Lodo de esgoto acumulado no fundo do rio que tinha pouquíssima água e recebeu, de repente, a enxurrada de um temporal.




Uma vergonha para São Paulo, o estado mais rico do país, com uma companhia de saneamento que negocia suas ações até na Bolsa de Nova York.

Que tinha, até pouco antes da eleição, o Partido Verde, de Eduardo Jorge, comandando a Secretaria de Recursos Hídricos do Estado.

Toda a imprensa noticiou que o sistema do Alto Tietê, nas nascentes do Rio, foi “reforçado” para suprir as carências do Cantareira.

Só que ninguém noticiou o quanto este “reforço” representou de água a menos na vazão do rio, porque reteve-se mais água nas represas e liberou-se menos para a calha do Tietê.

Nem o quanto as retificações e aprofundamento da calha do Tietê, sempre apresentadas como solução para as enchentes, acelerou a velocidade das águas (de e 600 m /s para 1080 m /s)  e facilitou o arrancamento do lodo de fundo.

Com muitas e elogiáveis exceções, o Brasil anda cheio de ambientalistas “de gogó”, que não querem geração de energia, mas ligam o ar condicionado e o microondas todo dia.

Se não tivermos a coragem de prover o país de estruturas de geração de energia e abastecimento de água de grande capacidade, o que acontecerá são estas crises que levam a desastres humanos e ambientais.

O Brasil precisa de coragem na administração de seus recursos hídricos, em lugar de ficar patinando por anos em impasses burros.

Se JK, o do “peixe vivo”, não tivesse arrancado o Brasil do atraso energético, não teríamos desenvolvimento.

E é obvio que não se quer, nem se poderia querer, coisas feitas “no tranco” como na ditadura, porque não há uma ditadura.

Temos leis, instituições e mecanismos, além de um sistema de pressões e contra-pressões legítimas, próprio da democracia, para equilibrar a intervenção humana e a preservação do ambiente nas obras públicas, que são menos danosas que a histórica omissão dos governos liberais nessa área, que virou um dos “filés” da privatização nos lucros, embora dependam do dinheiro público no investimento.

Quem prega a inércia só constrói o desastre.

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