A história de um jogador de futebol que se transformou num craque do humanismo: Badeco

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Por Washington Luiz de Araújo, jornalista, Bem Blogado

O garoto negro de 16 anos batia um bola “redonda” na sua Joinville da década de 60. Um dia apareceu um “olheiro” do Internacional para levá-lo para Porto alegre. O pai do garoto só fez uma pergunta: “vocês vão dar estudo para o meu filho ser um cidadão?”. O “Olheiro”, engasgou, tergiversou e acabou dizendo que não, que o menino estava indo para jogar bola, não para estudar. “Então, meu filho fica aqui comigo”, disse o pai.




E o garoto ficou “P” da vida com o pai. “Poxa, pai, Internacional…”. Não teve jeito. Anos depois, com Badeco aos 19 anos,  jogando no América de sua cidade natal, apareceu um outro “olheiro”. Este do Corinthians. A mesma pergunta foi feita e, desta vez, a resposta foi positiva. Se o senhor quer, colocamos seu filho numa escola em São Paulo.

E, assim, o menino Ivan, o Badeco, foi para o Corinthians. De lá para o América, Rio, para a Portuguesa, e rodou o Brasil com a 5 nas costas, jogando de forma viril, mas leal,  com habilidade e com muita liderança.

 

 

 

 

Ah, nos estudos Badeco foi vencendo. Formou-se em Direito e, no final da carreira futebolística, fez concurso para delegado da Polícia Federal. Hoje, aos 75 anos, Badeco tem uma biografia de cidadão craque para apresentar.

 

 

 

 

 

 

 

 

Um dos criadores e líder da Cooperativa Craques de Sempre, Badeco sempre esteve no apoio aos antigos jogadores, independente do time que os marcou (sim, antigamente jogador tinha o nome vinculado a um clube).

E foi em busca de apoio aos colegas de campo que um dia Badeco me ligou, me chamando para descer a Serra e ir até o campo de treinamento do meu glorioso Santos para falar com o técnico de então, Muricy Ramalho.

Na foto, que vemos na capa deste texto, estão os jogadores das antigas que foram a Santos: Nelsinho (São Paulo), Gilberto Sorriso (São Paulo e Santos)  Badeco. Ah, euzinho estou na foto.

E o quarto, ao lado do Badeco é um menino sobre o qual o pai nunca perguntou se o clube iria dar estudo, cidadania para ele. Deu no que está dando.

Não sei como será sua biografia quando ele estiver com a idade do Badeco.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Conheça mais Badeco:

Badeco, ex-jogador fala da quarentena: ‘Nunca tive uma concentração tão longa como esta. Calma e persistência”.

 

 

O Bem Blogado reproduz texto de Sergio Lima, atacante do América no início da década de 70. O texto foi enviado pelo amigo do blog por Ivan Manoel de Oliveira, o Badeco aqui retratado com muito carinho e o respeito que o líder merece.

 

Nosso América do Rio – Mais uma vez, eu digo, obrigado, ao Dr. Badeco e Paulo César Puruca.

 

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