Cláudia Cruz é tão interesseira e corrupta quanto seu marido. 

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Por Nathalí Macedo, Diário do Centro do Mundo – 

Cláudia Cruz precisa de defensoras?




Ela é linda, letrada, rica e, ao que me consta, plenamente capaz de fazer escolhas inteligentes. Casou-se com um homem influente e poderoso – apesar de sórdido – e trocou o trabalho como jornalista por uma vida de mordomias, entre viagens a Miami e contas milionárias na Suíça.

Ardilosa
Ardilosa

Mesmo feminista declarada e cônscia de minhas próprias convicções, afirmo: Cláudia Cruz não precisa da minha intercessão.

Acho lamentável e irracional que, havendo tantas demandas importantes para a militância feminista – como o último projeto vergonhoso do próprio Cunha, que dificulta o atendimento de mulheres vítimas de estupro – ainda se fale que é injusto, machista ou misógino acusar Cláudia de ser tão interesseira e corrupta quanto seu marido. Ela, que, a essa altura, está jogando tênis em alguma academia caríssima ou numa sessão de peeling facial enquanto mulheres se digladiam para manter intacta a sua reputação de moça honesta que se casa por amor.

O meu feminismo não se presta a isto. Não porque mulheres bonitas não sejam capazes de se casar com quem quer que seja por amor – até porque mulheres são capazes de fazer o que quer que queiram – mas porque estamos falando de uma elite articulada, corrupta e interesseira – homens e mulheres – preocupada em firmar alianças politicamente benéficas.

Não me cabe avaliar o amor de Cláudia Cruz por Eduardo Cunha ou vice-versa. Isso, aliás, sequer me interessa. Mas podemos analisar – ainda que sob uma ótica feminista – os interesses envolvidos nesta aliança, haja ou não amor: uma escolha vantajosa para ambos. Um típico (e cafona) casal da elite brasileira que provavelmente se entende muito bem, dentro e fora de suas escandalosas falcatruas.

É ingênuo agir como se não pudéssemos acusar Cláudia Cruz de defender os próprios interesses corruptos simplesmente porque ela é uma mulher. Como quando, numa discussão virtual, acusei-a de ardilosa e fui repreendida por uma companheira do movimento feminista: “Você acha certo acusar outra mulher de ardilosa?”

Bem, se ela o for, sim, eu acho. Como acho certo acusar Eduardo Cunha de corrupto porque, ora, ele é. O fato de Cláudia Cruz ser mulher não a redime.

Não é ofensivo dizer que Cláudia defende os próprios interesses elitistas porque não estou falando de uma mulher qualquer ou de um casamento qualquer. Estou falando de um casal que reflete fidedignamente a corrupção e a indecência da elite brasileira – e então isso nada tem a ver com militância feminista. Uma coisa não pode e não deve excluir a outra.

O feminismo não precisa se preocupar se acusamos uma mulher ardilosa por ser ardilosa (e não por ser mulher).

Pensando nisso – e apenas nisso, frise-se – escrevi sobre por que poupá-la seria extremamente irracional. O resultado foram acusações irracionais de machismo.

Nathali Macedo
Colunista, autora do livro "As Mulheres que Possuo", feminista, poetisa, aspirante a advogada e editora do portal Ingênua. Canta blues nas horas vagas.

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