Enquanto corre a barca, por minha cabeça só passa a luta para não “ilharem” Paquetá

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Por Washington Luiz de Araújo, jornalista – 

Quem acompanha o Bem Blogado deve estar se perguntando o motivo de tanta postagem sobre o horário das barcas entre o centro do Rio de Janeiro e a Ilha de Paquetá.  Quem não sabe do que estou falando é só ir na busca do blog e teclar Paquetá.

Perdoem por isso, mas um dos editores deste blog, eu, mora em Paquetá e não tem pensado em outra coisa desde 23 de dezembro. Desde esta data, moradores, amigos, turistas estão em campanha para que a empresa concessionária das barcas não mude o horário das mesmas.




Explico: Paquetá fica na Baía da Guanabara, distante 17 quilômetros do continente, Rio de Janeiro, e é uma ilha muito gostosa de se viver. Lá não há a violência da cidade grande, não há carros, com exceção daqueles voltado ao serviço público, e tem um povo muito legal, tranquilo e receptivo.

É campeã em cumprimentos de bom dia, boa tarde, boa noite, como vai. Lá crianças brincam, cachorros e gatos dormem pelas ruas e as pessoas põem suas cadeiras nas portas de casa para um bate papo gostoso.

Na ilha, vivem cerca de cinco mil pessoas e o transporte pela barca é o único meio de locomoção para todos. Portanto, estamos todos na mesma barca, trabalhadores, dentre os quais da educação, saúde, estudantes, aposentados e comerciantes.

Pois bem, desde o dia 23 de dezembro de 2019 a CCR e o governo estadual estão infernizando a vida dos moradores com a imposição de alterar os horários das barcas. Esta grade de horário, que tentam nos enfiar goela abaixo, corta três barcas na parte da manhã e três no vespertino e noturno, inviabilizando, por exemplo, a vida de profissionais que moram no Rio e trabalham em Paquetá e vice-versa.

A empresa vai “ilhar” literalmente as pessoas, impedindo-as de chegar no horário do trabalho, do estudo, do exame médico…

O horário imposto também atinge o turismo para a Ilha, pois corta vários horários nos finais de semana e feriados, prejudicando mortalmente o comércio de Paquetá, que vive principalmente das pessoas que vêm nos visitar.

Estamos lutando muito. Paquetá tem ganhado corações e mentes, com  vários artistas e outras personalidades na mesma barca que a gente, dando depoimentos para abrir a cabeça dos executivos da CCR e das autoridades do governo para que não nos prejudiquem, não inviabilizem a vida de quem somente quer abrir a janela e ver o sol nascer enquanto corre a barca..

Finalizando, como não paro de pensar neste imbróglio que nos meteram e do qual estamos unidos, na luta para dele sair, me veio à cabeça “Preta, Pretinha”, como os Novos Baianos, que cantavam a liberdade pela qual estamos lutando e falam do correr da barca.

Que a barca continue correndo para nós, para os turistas, mas num horário que não nos impeça de viver em paz.

#respeitapaquetá

 

Foto da Capa: Américo Vermelho

 

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