Justiça adia novamente depoimento de militares que fuzilaram músico

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Publicado no Blog da Cidadania – 

Pela segunda vez, a Justiça Militar decidiu adiar o depoimento dos 12 militares envolvidos nas mortes do músico Evaldo Rosa dos Santos e do catador de materiais recicláveis Luciano Macedo, no dia 7 de abril de 2019. O adiamento da audiência, originalmente marcada para amanhã, foi concedido pela juíza federal Mariana Aquino Campos depois de um pedido feito pela defesa dos militares.

Foto:  Reprodução/Facebook

Ainda não há uma nova data para que os militares sejam ouvidos.

O advogado dos militares, Paulo Henrique Melo, argumentou que um dos juízes que participaram do processo se aposentou recentemente e não foi formalmente substituído.




Ao todo, os militares dispararam 257 tiros durante a ocorrência em Guadalupe, zona norte do Rio, dos quais 83 atingiram o veículo em que Evaldo e a família estavam. Luciano, que prestava socorro às vítimas, também foi atingido pelos disparos e morreu dias depois de internado.

Em agosto, o depoimento já havia sido adiado, após a constatação de que a Polícia Militar não enviou para prestar depoimento, conforme solicitado pela defesa dos réus, PMs que chegaram ao local logo depois dos disparos em uma viatura Ford Ranger.

Evaldo Rosa dirigia seu carro, um Ford Ka sedan branco, rumo a um chá de bebê, no dia 7 de abril, e transportava a mulher, um filho, o sogro e uma adolescente. Ao passar por uma patrulha do Exército na Estrada do Camboatá, o veículo foi alvejado com 80 disparos pelos militares. O motorista morreu no local. O sogro ficou ferido, mas sobreviveu. O catador Luciano Macedo, que passava a pé pelo local, também foi atingido e morreu dias depois.

Inicialmente, o Comando Militar do Leste (CML) emitiu nota dizendo que a ação havia sido uma resposta a um assalto e sugeriu que os militares haviam sido alvo de uma “agressão” por parte dos ocupantes do carro.

A família contestou a versão e só então o Exército recuou e mandou prender dez dos 12 militares envolvidos na ação. Um deles foi solto após alegar que não fez nenhum disparo.

Os militares teriam confundido o carro do músico com o de criminosos que, minutos antes, haviam praticado um assalto na região. Esse crime foi flagrado por uma patrulha do Exército. Um carro da mesma cor tinha sido roubado, mas de outra marca e modelo – um Honda City.

 

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