Lava Jato em SP nunca denunciou 1 político do PSDB, que governa há 24 anos

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Publicado em Jornal GGN – 

Os únicos políticos denunciados em SP são Lula e Temer. Casos envolvendo tucanos sempre vão parar na Justiça Eleitoral, onde a sanção é mais leve

Foto: Marcos Fernandes/ Coligação Muda Brasil

Jornal GGN – Na régua da Lava Jato em Curitiba, se empresas pagaram propina a ex-dirigentes da Petrobras, Lula e políticos do PT têm culpa nisso. Mas na versão paulista da operação, políticos do PSDB – que governam o Estado desde 1995 – jamais foram implicados em ações penais pelos desvios de dinheiro público em obras em estradas ou no Metrô, por exemplo. É o que mostra reportagem especial do El País.

Apenas dois políticos já foram alvos de ações da Lava Jato em São Paulo: Lula e Michel Temer. As poucas ações que citam propina em governos do PSDB foram parar na Justiça Eleitoral, onde a sanção é menor do que na área criminal.




O único trunfo da Lava Jato paulista contra os tucanos é Paulo Vieira de Sousa, também conhecido como Paulo Preto, tido como operador de propinas do PSDB. Hoje ele está preso em Curitiba, mais por ação da Lava Jato na capital do Paraná do que pelas investidas da força-tarefa de São Paulo.

De acordo com El País, Paulo Preto nunca se ofereceu para delatar políticos do PSDB, ao contrário dos empresários que trabalharam com Petrobras e do ex-ministro Antonio Palocci, que não tiveram problemas em alterar seus depoimentos para inserir Lula e outros petistas de alto escalão nas narrativas criadas em Curitiba.

Em São Paulo, um delator em potencial só surgiu em setembro passado, quando um ex-executivo do metrô paulista, Sergio Corrêa Brasil, se ofereceu para delatar pagamento de propina nos governos tucanos, que beneficiou também deputados estaduais. Mas José Serra e Geraldo Alckmin, governadores à época dos supostos fatos, não foram citados.

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O El País também destacou que a Lava Jato em SP “tropeça” em outro fator: os juízes paulistas não têm sido tão permissivos com as denúncias apresentadas pela força-tarefa como Sergio Moro e Gabriela Hardt foram, em Curitiba. A última acusação apresentada contra Lula, por exemplo, foi rejeitada porque era baseada em delações sem provas.

TELEGRAM

A força-tarefa de Curitiba já criticou a lentidão e falta de “dedicação” dos colegas paulistas em troca de mensagens no Telegram. É o que afirma o El País, que analisou o material obtido pelo Intercept Brasil. Para Deltan Dallagnol, a Lava Jato paulista só vai decolar quando um membro de seu time passar pelo menos “3 meses” em São Paulo, ensinando como as coisas devem ser feitas.

NOVA COORDENAÇÃO

Em apenas 2 anos de existência, a força-tarefa da Lava Jato em SP já teve 4 coordenadores. A mais nova é a procuradora Janice Ascardi, que assumiu em outubro.

Ascardi foi apontada nos grupos de Telegram da turma de Curitiba como parte do time de procuradores paulistas que “não fazem nada” na Lava Jato.

A procuradora tem vasto currículo com operações de grande repercussão: foi assessora do ex-procurador-geral Rodrigo Janot, participou da Operação Anaconda, que desarticulou um esquema de vendas de sentenças do ex-juiz federal João Carlos da Rocha Mattos, e da Operação Satiagraha, que acabou anulada no Supremo Tribunal Federal.

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