Lula recebe brasileiros que viveram o massacre de Israel em Gaza

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Após espera de 12 dias desde o início da saída humanitária, contarão com suporte do governo federal em sua repatriação

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Grupo de resgatados da Faixa de Gaza chega a Brasília – Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Os brasileiros que amargaram viver na Faixa de Gaza durante cinco semanas de ataque israelense finalmente estão em território nacional. Desembarcaram em Brasília na noite desta segunda-feira (13), às 23h24, num avião da Força Aérea Brasileira (FAB), e foram recebidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. São 32 passageiros, sendo 17 crianças, nove mulheres e seis homens. Destes, 22 têm nacionalidade brasileira e 10 são seus parentes próximos.

Enquanto o avião voava em direção ao Brasil, Lula fez um discurso enfático sobre a maneira como os palestinos estão sendo tratados. Afirmou que Israel está “matando inocentes sem nenhum critério” e que as consequências dos ataques israelenses são tão graves quanto foi o ataque do Hamas no dia 7 de outubro, que deixou cerca de 1,2 mil israelenses mortos, 240 sequestrados e serviu de pretexto para o massacre que Israel vem protagonizando em Gaza.

Desde que os primeiros estrangeiros e pessoas com dupla nacionalidade começaram a deixar Gaza pela fronteira com o Egito, em 1º de novembro, esse grupo teve de esperar 12 dias até sentir o alívio de poder sair da zona de guerra, de um território que vem sendo bombardeado e invadido de forma inclemente por Israel. Quando finalmente saiu uma lista com seus nomes, ainda tiveram que aguardar dois dias até pisar em solo egípcio, porque a fronteira havia sido fechada na sexta-feira. No domingo, eles enfim a cruzaram.

Outros 4 mil cidadãos foram autorizados a sair antes deles, a imensa maioria estadunidenses, num processo que provocou mal-estar e desconfianças em relação aos critérios usados pelas autoridades locais (israelenses e egípcias) na escolha dos nomes autorizados a deixar a região de conflito.

Os 32 brasileiros e acompanhantes poderão ficar dois dias hospedados na capital federal, numa estrutura da Força Aérea Brasileira (FAB), e depois seguirão ao encontro de suas famílias. Aqueles que não têm familiares no Brasil, que equivalem a quase metade do grupo, contarão com serviços de abrigo, documentação, alimentação, apoio psicológico, cuidados médicos e imunização, segundo o governo.

Não há prazo de validade para o atendimento aos repatriados. “Estamos preparados para o tempo que for necessário, para que essas pessoas possam se integrar ao país”, afirmou Augusto de Arruda Botelho, secretário nacional de Justiça. “Eles ficarão em um local com longa experiência de acolhimento de refugiados”.

Com mais essa viagem, a Operação Voltando em Paz, do governo federal, completa 1.477 cidadãos resgatados na zona de conflito — além de 53 animais domésticos —, a maior parte em Israel, uma logística que envolveu cerca de 150 militares e 37 profissionais de saúde (13 médicos, nove psicólogos e 15 enfermeiros). Foram usadas três aeronaves da Força Aérea Brasileira e duas da Presidência.

Desde o dia 7 de outubro, o conflito na região já deixou cerca de 11 mil pessoas mortas em Gaza, sendo milhares de crianças, e outras 1.200 do lado de Israel.

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