Na Argentina, Milei é encurralado nas ruas por 1 milhão de pessoas

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Os organizadores estimam 800 mil manifestantes na Praça de Maio e no Congresso, que atingiu 1 milhão de pessoas, o que forçou a retirada de qualquer repressão e iniciou um marco de resistência na era Milei. 

Por Esmael Morais, compartilhado de seu Blog




na foto: Cerca de 1 milhão de argentinos protestaram contra o neoliberalismo de Javier Milei. Foto: reprodução/RSS

O presidente argentino Javier Milei foi encurraldo pelas ruas de Buenos Aires, ontem, segundo registro do jornal Página 12.

A Marcha Federal Universitária superou todas as expectativas e projeções dos organizadores, transbordou todas as ruas do Congresso até a Praça de Maio. Reuniu além de professores, estudantes e servidores das instituições de ensino.

De acordo com os relatos, o protesto foi festivo, heterogêneo, transversal. Atravessou gerações, filiações sociais e partidárias. Revelou – já se sabia, mas ontem foi reafirmado com tanta contundência que elevou esta certeza à ordem de manifesto – que a educação pública é um valor identitário fundador da sociedade argentina, inalienável. 

O movimento estudantil 23 de Abril mobilizou uma multidão que os organizadores estimaram em 800 mil pessoas, e que atingiu um milhão de manifestantes contando as marchas nas principais cidades do país, também com público recorde. Tornou-se assim um grande marco político de resistência às políticas neoliberais do governo de Javier Milei, liderado por uma parcela tão significativa da população que não deixa espaço para as habituais desqualificações.

Um milhão de argentinos encurralaram Javier Milei e seu projeto neoliberal. Foto: reprodução/RSS

A quantidade de pessoas nas ruas interrompeu a avidez repressiva da ministra Patrícia Bullrich, que no início da tarde trouxe a tropa de choque e viaturas policiais para se exibirem de forma ameaçadora, apenas para logo recuar diante dos rios de gente que começava a chegar.  

As faixas e cartazes não deixaram dúvidas do ânimo dos manifestantes contrários a Milei e à sua política neoliberal: “Não deixe que o privilégio atrapalhe sua empatia.” “Rebelde-se e eduque-se.” “Mais dinheiro para educar, não para reprimir”. “Mais Telam, menos Twitter.” “Você não nos quer livres, você nos quer ignorantes.” “Viva a educação, droga.” “Milei, perceba, Conan está morto e a universidade pública está mais viva do que nunca.” E num lenço branco: “Os lápis continuam escrevendo”. 

O que se projeta na Argentina com essa mobilização é o início da derrocada de Milei e da extrema direita. No entanto, as consequências desta queda também poderão ser sentidas em toda a América Latina e até nos países em que o fundamentalismo político se instalou, a exemplo da Itália e Hungria, e onde pretende retornar, como nos Estados Unidos. Qual seja, a manifestação do 1 milhão na Argentina teve um sentido global nestes tempos de extremismos.

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