No 2ºturno, Bolsonaro vai defender isso na TV?

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Por Fernando Brito em seu Blog – 

Não é Lula, como vinha sendo – e vitoriosamente, até que o “EleNão” atropelou a pauta eleitoral – o centro da campanha no segundo turno.

A decisão será entre civilização e barbárie, algo que, apesar de tudo, não está ainda claro neste primeiro turno.

Bolsonaro foi o candidato da ausência: ausência por não ter tempo de televisão, ausência pelo recolhimento ao hospital, depois da agressão a faca em Juiz de Fora, ausência no debate final da Globo, protegido por um atestado médico providencial e por uma bênção de Edir Macedo, expressa na entrevista da Record.

No segundo tempo, porém – e por isso todo o esforço em “liquidar a fatura” no primeiro –  terá de  se explicar.

Até porque não tem um programa para mostrar, muito menos realizações de seus 30 anos de mandatos públicos.

Todos viram no que deu Geraldo Alckmin com seus cinco minutos e meio.

Agora serão 10 para cada candidato e não mais “dia sim, dia não”.

O que vai falar além de “contra o PT”?

Da CPMF de Paulo Guedes? Do 13° do General Mourão? Vai dar curso sobre a crise da Venezuela?

Vai falar do “presidiário Lula” e arriscar-se a perder votos no povão mais simples, que escolheu o “macho”, mas que não esquece o ex-presidente?

Bem , não sei de quase nada do que ele vai ter de falar, apenas de algumas coisas.

Vai ter de explicar sua defesa da tortura, dos fuzilamentos, do desejo de que se matassem 30 mil brasileiros, da “obediência devida” das mulheres.

Vai ter , por exemplo, de explicar o que dizia na entrevista acima, à Istoé Gente, em 2002, defendendo o fuzilamento – “acho que o fuzilamento é uma coisa até honrosa para certas pessoas” –  até para sua ex-mulher: “Nunca bati na ex-mulher. Mas já tive vontade de fuzilá-la várias vezes. ”

Que “meigo”, não?

O defensor da família, além do “paredão” tem conceitos muito sadios sobre  eleger a (agora ex) mulher e exigir que ela lhe telefone para saber como vai votar.

Há dezenas, centenas de declarações monstruosas, dadas à imprensa, impressas e gravadas, que não foram para a TV e que eram nada no mundo das fakenews do Facebook e do Whatsapp.

Separo apenas um trecho desta entrevista mencionada, feita pela jornalista Cláudia Barcellos:

A polícia agiu corretamente no Carandiru? 
Continuo achando que perdeu-se a oportunidade de matar mil lá dentro. Pena de morte deve ser aplicada para qualquer crime premeditado.
Isto inclui tráfico de droga?
Aí é outra história, aí eu defendo a tortura. A pena de morte vai inibir o crime. Nunca vi alguém executado na cadeira elétrica voltar a matar alguém. É um a menos.
Em que outras situações o senhor defende a tortura?
Um traficante que age nas ruas contra nossos filhos tem que ser colocado no pau-de-arara imediatamente. Não tem direitos humanos nesse caso. É pau-de-arara, porrada. Para sequestrador, a mesma coisa. O objetivo é fazer o cara abrir a boca. O cara tem que ser arrebentado para abrir o bico.

Cada brasileiro terá de decidir se quer governado por quem fala isso e legitima que isso seja feito.

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