O erro de Sérgio Moro ao prender Lula

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Assisti no último sábado (26), com intensa curiosidade, o documentário “A grande farsa – Como Moro enganou o Brasil e ficou rico”, fruto da investigação e produção de Joaquim de Carvalho, um brilhante e destemido jornalista.

Por Simão Zygband, compartilhado de Construir Resistência




Joaquim, que é autor de outro corajoso documentário, Bolsonaro e Adélio: uma fakeada no coração do Brasil – que chegou a 1,6 milhão de visualizações no Youtube é o que podemos chamar de verdadeiro repórter investigativo, cada vez mais raro no jornalismo brasileiro, que hoje se limita a ser um reprodutor de releases (reproduz o que as assessorias de imprensa lhe passam) .

Trata-se de um documentário imprescindível para entender como o juiz farsante Sérgio Moro, que ao invés de julgar produz provas contra os réus, construiu uma carreira meteórica com decisões autocráticas e autoritárias, perseguindo indivíduos e empresas, apesar de leniente com reais criminosos como doleiros, traficantes e corruptos que desviaram o dinheiro público.

Para chegar a ser o “cérebro” da chamada operação Lava Jato, que destruiu a economia brasileira com perdas avaliadas em R$ 172 bilhões e sendo responsável direto por 4,4 milhões de fechamento de postos de trabalho, Sérgio Moro fez uma espécie de “treinamento” com empresas paranaenses que proporcionaram grande visibilidade de mídia e praticamente as levaram à falência.

Desta forma, Moro realizou na Petrobras, o seu principal alvo da operação Lava Jato, o que já havia produzido contra outras empresas de menor porte, sempre com decisões arbitrárias, que não proporcionavam direito de defesa àqueles que ele decidia, na marra, que seriam réus.

De professor a ministro da Justiça

A nova produção conta a trajetória de Sergio Moro, de professor a juiz de primeira instância e depois ministro da Justiça de Jair Bolsonaro e seu modus operandi em todas essas fases: o uso de personalidades conhecidas para ganhar notoriedade na imprensa. E principalmente: como ele enriqueceu com essa estratégia, culminando na sua consultoria à empresa Alvarez & Marsal, já visto como uma espécie de recompensa pela atuação na Operação Lava Jato.

“É um desafio muito grande mostrar os sinais exteriores de riqueza de Sergio Moro. É uma pauta absolutamente necessária, porque, pela atuação dele na Lava Jato, o Brasil empobreceu. Vamos mostrar também como ele adquiriu esse poder. Como um juiz de primeira instância do Paraná promoveu uma guerra contra o País”, diz Joaquim de Carvalho logo no início do filme.

Mas Moro, um alpinista social que se tornou milionário às custas de abusos de poder (ou por se omitir em julgamentos), decidiu dar a sua cartada mais espetacular, justamente em um ícone da esquerda brasileira e quiçá mundial, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem proporcionou ilegais 580 dias de prisão na sede da Polícia Federal do Paraná, em Curitiba.

Investigação e chantagem de pessoas inocentes, além de proteção de pessoas culpadas – mas estratégicas para seus objetivos – tendo à sua mão um esquema que inclui operadores de diferentes instituições e empresários. É isso que o filme mostra, com detalhes, numa linha do tempo que chega à destruição da reputação do ex-presidente Lula até tirá-lo das eleições e levá-lo à prisão.

Sérgio Moro, que se enchia de orgulho de ter prendido Lula, não imaginava a força política e de carisma do ex-presidente. No seu raciocínio primário e rasteiro, que somente tinha olhos para alcançar os seus objetivos mesquinhos, não dimensionou o tamanho do risco do que estava realizando, e que, como na lei da física, a toda ação existe uma reação.

Hoje Lula, fortalecido,  lidera as pesquisas de intenção de votos nas pesquisas para a presidência da República e o ex-juiz Sérgio Moro, considerado como parcial nos seus julgamentos, amarga de 6 a 8%, índices muito baixos para quem foi considerado um “superman” pelos seus fanáticos ex-apoiadores.

Que Sérgio Moro seja julgado e punido pela força da lei que ele tanto vilipendiou.

Lula no depoimento a Sérgio Moro

Tríplex no Guarujá

“Se eu cometi um crime, prove que eu cometi um crime. Apresente à sociedade e o Lula será punido como qualquer cidadão é punido. Mas, pelo amor de Deus, apresentem uma prova. Chega de diz-que-diz.”

“Espero que o doutor Moro tenha recebido do Ministério Público a prova concreta, cabal, de que o apartamento é meu.”

“Não está assinado, doutor. Talvez quem acusa saiba como foi parar lá. Eu não sei como está um documento lá em casa, sem adesão, de 2004, quando a minha mulher comprou o apartamento [da Bancoop] em 2005.”

Nas alegações finais, o ex-presidente criticou a imprensa, os vazamentos aos veículos de informação e disse que a denúncia contra ele foi baseada em notícias jornalísticas que levaram os procuradores a produzirem “uma apresentação de PowerPoint” mentirosa e com uma tese política.

“Eu conheço os vazamentos. Eu sei dos vazamentos. É como se o Lula tivesse, pela imprensa, pelo Ministério Público, sendo procurado. […] Se adotou a política de primeiro a imprensa criminalizar”, disse.

“Depois de tudo que tá acontecendo eu tô dizendo alto e bom som que vou querer ser candidato à Presidência da República outra vez.”

Veja abaixo o vídeo de Joaquim de Carvalho

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