Por Bernardo Mello Franco, publicado em Jornal GGN –
Mudanças na gestão da cultura mostra o quanto o governo despreza quem não se curva à sua visão
Jornal GGN – As recentes mudanças promovidas pelo governo Jair Bolsonaro na área da cultura deixam claro que seu foco é o confronto com os artistas, com base em raiva e ressentimento contra quem não se curva à sua visão de mundo.
E as medidas tomadas nessa direção não foram poucas, como lista o articulista Bernardo Mello Franco em sua coluna no jornal O Globo. A começar pela extinção do Ministério da Cultura logo no primeiro dia de governo.
Em seguida, Bolsonaro comprometeu o financiamento de filmes e espetáculos, além de transformar instituições como a Funarte e a Casa de Rui Barbosa – essa última “transformada em playground de um pastor aliado”, segundo citação do articulista, que também listou a recusa do presidente em assinar o diploma do Prêmio Camões que será entregue a Chico Buarque e a falta de comentários sobre o falecimento de personalidades como Bibi Ferreira e João Gilberto.
A escalada ganhou um novo capítulo com o decreto que submete a Secretaria de Cultura ao Ministério do Turismo – pasta chefiada por Marcelo Álvaro Antônio, acusado de envolvimento com o caso de candidatas-laranja no PSL de Minas Gerais.
O novo titular da pasta é o diretor teatral Roberto Alvim. Discípulo de Olavo de Carvalho, Alvim recentemente chamou a atriz Fernanda Montenegro de “sórdida” e “mentirosa” em suas redes sociais e, quando diretor do Centro de Artes da Funarte no Rio de Janeiro, propôs transformar o Teatro Glauce Rocha no “primeiro teatro do país dedicado ao público cristão”.