Covid-19: Estados Unidos têm a sua melhor semana contra o coronavírus

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Por José Eustáquio Diniz Alves, compartilhado de Projeto Colabora – 

Brasil continua colecionando recordes e já responde por 11% dos casos e 17% dos óbitos do mundo nas últimas 24 horas

Um homem segura a bandeira dos EUA em protesto contra o barbeiro Karl Manke, que abriu sua loja apesar das ordens de fechamento no estado Michigan. Foto Jeff Kowalsky/AFP

A pandemia do novo coronavírus já se espalhou por quase todo o mundo e os países da Europa, que foram o epicentro do surto pandêmico no mês de março, cederam o lugar para os Estados Unidos da América (EUA), que assumiram a liderança absoluta e isolada no número de casos e de mortes pela covid-19. Com o crescimento exponencial ocorrido em abril, os EUA acumularam um terço dos casos e cerca de 30% das mortes globais. Contudo, o país norte-americano começou a apresentar variações diárias menores em maio, está descendo a curva e já vislumbra dias menos traumáticos pela frente.




Do lado de baixo do equador – em ritmo mais acelerado do que a média internacional – o Brasil continua subindo a curva e, mesmo tendo 2,7% da população mundial, responde atualmente por mais de 4% dos casos e das mortes acumuladas. Em relação aos números diários de novas pessoas infectadas e novas mortes, o Brasil continua colecionando recordes, e já responde por 11% dos casos e 17% dos óbitos do mundo nas últimas 24 horas.

O panorama do Brasil e dos Estados Unidos

O Ministério da Saúde informou, no início da noite de terça-feira (12/05), que o país atingiu 177.589 casos e 12.400 mortes pela covid-19, com uma taxa de letalidade de 7%. O número diário de brasileiros infectados foi de 9.258 casos (atrás apenas dos EUA e da Rússia) e o número diário de vítimas fatais foi de 881 óbitos nas últimas 24 horas (recorde nacional e atrás apenas dos EUA). Mas enquanto o número diário de mortes diminui no maior país da América do Norte, continua subindo no Brasil.

O gráfico abaixo, em escala logarítmica, mostra o número de casos diários do Brasil e dos Estados Unidos entre 01 de março até 12 de maio de 2020. Nota-se que o número de casos nos EUA subiu muito em março, teve uma certa tendência de estabilização em abril e já apresenta uma tendência de queda em maio. O Brasil, ao contrário, a despeito das oscilações sazonais, apresentou uma tendência de aumento contínuo em todo o período.

Na primeira quinzena de abril, a variação diária do número de pessoas infectadas estava em torno de 1 mil casos no Brasil e mais de 30 mil casos nos EUA. Mas nos primeiros 12 dias de maio o aumento diário dos novos casos ficou em torno de 25 mil nos EUA e em torno de 10 mil no Brasil. Neste início de maio os casos estão crescendo a 2,1% ao dia nos EUA e a 6,3% ao dia no Brasil. Neste ritmo, o Brasil assumirá o primeiro lugar na variação diária até a semana que vem.

O gráfico abaixo, em escala logarítmica, mostra o número de mortes diárias do Brasil e dos Estados Unidos entre 05 de março até 12 de maio de 2020. Assim, como no gráfico anterior, nota-se que o número de mortes nos EUA subiu muito em março, teve uma certa tendência de estabilização em abril e já apresenta uma tendência de queda em maio. O Brasil, ao contrário, apesar das oscilações sazonais, apresentou uma tendência de aumento contínuo em todo o período, sendo que as 881 mortes do dia 12/05 são de uma dimensão assustadora.

Na primeira quinzena de abril, a variação diária do número de vítimas fatais estava em torno de 100 óbitos no Brasil e mais de 1 mil óbitos nos EUA. Mas nos primeiros 12 dias de maio o aumento diário das mortes ficou em torno de 1,5 mil nos EUA e em torno 750 mortes no Brasil. Neste início de maio o número de mortes está crescendo a 2,2% ao dia nos EUA e a 6,4% ao dia no Brasil. Neste ritmo, o Brasil poderá assumir o primeiro lugar na variação diária nos próximos dias, ou no máximo, até a semana que vem.

 O panorama nos Estados Unidos

No dia 12 de maio de 2020, os EUA atingiram 1,41 milhão (32,5% do total global) de pessoas infectadas pelo coronavírus (4,3 mil por milhão de habitantes), com 83,4 mil mortes (30% do total e 252 mortes por milhão de habitantes). Nas últimas 24 horas houve 22,8 mil novos casos e 1,6 mil novas mortes (algo em torno de 28% do total global). A taxa de letalidade está em 6%. O país já fez quase 10 milhões de testes e já teve cerca de 300 mil pessoas recuperadas.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA registrou o primeiro caso da covid-19 no dia 21 de janeiro de 2020, no estado de Washington, na costa oeste. O segundo caso no dia 24 de janeiro em Chicago. O terceiro caso em 25 de janeiro na Califórnia. O oitavo caso aconteceu em Boston no dia 01 de fevereiro.

No dia 01 de março o número de casos chegou a 75, mas deu um pulo para 193 mil no dia 31 de março e atingiu 1,1 milhão de pessoas infectadas no dia 30 de abril. A primeira morte aconteceu no dia 29 de fevereiro, pulou para 5 mil em 31 de março e chegou a 64 mil em 30 de abril. O mapa abaixo mostra que a epidemia já atingiu os 50 estados americanos, sendo que os Estados de New York (349 mil casos e 27 mil mortes) e New Jersey (142 mil casos e 9,5 mil mortes) foram os mais afetados pela doença. A Califórnia – que é o estado mais populoso e mais forte economicamente – está em 5º lugar no ranking dos estados mais atingidos.

No auge da epidemia, os Estados Unidos estavam apresentando taxas de crescimento dos casos e das mortes acima de 20% ao dia, mas agora baixaram para a casa de 2% ao dia e o ritmo continua diminuindo. A atual semana (20ª semana epidemiológica) está apresentando números absolutos equivalentes aos do final de março. A diferença é que há dois meses a curva estava subindo e agora está descendo.

A notícia boa é que os Estados Unidos já ultrapassaram o pico da curva e estão na iminência de deixar de ser o epicentro da pandemia e o país com as maiores variações diárias de novos casos e novas mortes.

A notícia ruim é que o Brasil pode, em breve, assumir a liderança de novos casos e de novas mortes, passando a ser a primeira nação do hemisfério sul a se transformar no principal epicentro da propagação global da covid-19.

Frase do dia 12 de maio de 2020

 “Os livros são o tesouro precioso do mundo e a digna herança das gerações e nações”

Henry Thoreau (12/07/1817 – 06/05/1862)

Autor de “Desobediência Civil” e “Walden ou A Vida nos Bosques”

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