Quem são os bolsonaristas presos no Paraguai

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Trio de golpistas é acusado de envolvimento com atos antidemocráticos, em 12 de dezembro de 2022 e em 8 de janeiro deste ano

POR IARA VIDAL, COMPARTILHADO DA REVISTA FÓRUM




Na foto: Interpol - Três bolsonaristas envolvidos com atos antidemocráticos chegam a Brasília

Três bolsonaristas presos no Paraguai chegaram a Brasília (DF) nesta sexta-feira (15). O blogueiro Wellington Macedo de Souza, o radialista Maxcione Pitangui de Abreu e a empresária de São Paulo, Rieny Munhoz Marcula Teixeira, estavam detidos no país vizinho e foram transferidos nesta tarde de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, para a Capital Federal.

As prisões ocorreram nesta quinta-feira (14) no país vizinho. Os brasileiros golpistas foram entregues à Polícia Federal (PF) no mesmo dia pela Ponte da Amizade, que conecta Foz do Iguaçu à Ciudad del Leste, onde eles foram presos. 

Eles foram transferidos para Brasília em um avião da Polícia Federal (PF), que partiu de Foz do Iguaçu e aterrissou em Brasília por volta das 15h10 desta sexta e foram conduzidos ao Complexo Penitenciário da Papuda.

O trio estava com mandados de prisão em aberto, era considerado foragido pelas autoridades brasileiras e foi preso por suspeita de envolvimento em atos contrários à democracia.

Eles foram alvo de mandados na Operação Lesa Pátria, realizada pela PF, que investiga financiadores e participantes de atos de terrorismo ocorridos em Brasília em dezembro de 2022 e 8 de janeiro.

Além de tentativa de subversão violenta do Estado Democrático de Direito, o trio enfrenta acusações de golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bens especialmente protegidos.

Blogueiro bolsonarista do Ceará

Wellington de Souza, blogueiro e jornalista do Ceará, participou de uma tentativa de explosão no Aeroporto de Brasília em dezembro do ano passado e estava na lista de procurados da Difusão Vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol). Ele fugiu do país em janeiro de 2023.

Mesmo foragido, o blogueiro bolsonarista tentou ser absolvido de forma sumária pela Justiça. Sem sucesso: foi condenado a mais de seis anos de prisão pela acusação de colocar uma bomba em um caminhão de combustível perto do aeroporto da Capital Federal.

Segundo a polícia paraguaia, no momento da prisão, Wellington tentou fugir. Ele correu, acabou tropeçando e caiu, motivo pelo qual foi entregue com curativo da cabeça.

Ele atuou no como assessor da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, pasta comandada pela hoje senadora Damares Alves (Republicanos-DF).

Radialista golpista

Maxcione de Abreu, radialista que também enfrenta uma ordem de prisão por tentativa de subverter o Estado de Direito, de acordo com as autoridades paraguaias.

Ele era procurado desde 15 de dezembro, quando a PF realizou uma operação contra bolsonaristas radicais suspeitos de organizar os atos.

O radialista se entregou sem resistir, segundo as autoridades paraguaias. Ele estava morando e vivendo na cidade paraguaia com a esposa e três filhos.

Empresária de São Bernardo do Campo

Rieny Munhoz Marcula Teixeira, 32 anos, empresária de São Bernardo do Campo (SP), tinha duas empresas ativas no setor de beleza, com serviços de cabelo e manicure.

Foragida desde 20 de janeiro, ela é acusada de envolvimento nos atos golpistas de 8 de janeiro em Brasília e é apontada como uma das financiadoras de atos antidemocráticos.

A empresária teve os bens bloqueados e é suspeita de ter financiado o fretamento de um ônibus que saiu de Campinas (SP) com 39 pessoas com destino à Capital Federal. 

Segundo documentos encaminhados à Advocacia Geral da União (AGU) pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), ela financiou o contrato de um ônibus com placas de Jundiaí (SP) que chegou a Brasília na manhã de 8 de janeiro.

As ações que culminaram nas prisões dos brasileiros ocorreram graças à cooperação da Interpol e do Comando Tripartite, formado por forças policiais de Foz do Iguaçu, de Puerto Iguazú, na Argentina, e Ciudad del Leste. Informações compartilhadas pelas autoridades brasileiras ajudaram. O pedido de cooperação foi feito pela Interpol há 15 dias.

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