Sarau Delivery leva você ao Bip Bip, o pequeno bar universal do Alfredinho

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Por Washington Luiz de Araújo, jornalista, Bem Blogado

Alfredinho é a personificação do poema de Maiakovski: “Todo coração”. Apaixonado pelo Botafogo e pela Mangueira, socialista e cristão daqueles que vão mesmo à missa, atua como elemento aglutinador daqueles que se reúnem no Bip ao crepúsculo de cada dia, bafejados pela maresia de Copacabana” (Marcelo Moutinho, jornalista)




Sarau Delivery leva você ao bar mais bar do Rio de Janeiro. E olha que é na capital mundial dos botequins!

Vamos ao Bip Bip, que completou 53 anos no último dia 13. Bip Bip do Alfredinho, que partiu fisicamente em 2019 aos 7.3, mas que está lá, firme, forte, se fazendo de bravo, personificado nos amigos e amigas, se divertindo muito no pedacinho de Copacabana que agora chama-se Largo do Alfredinho, lei dos vereadores Reimont (PT) e Tarcisio Motta (Psol).

Quem nunca foi lá, que conheça o Bip Bip por vídeos e textos aqui apresentados. Quem foi e vai – sim, ele voltou depois da pandemia – que recorde os ótimos momentos das rodas de samba e das broncas bem humoradas do Alfredinho.

Vamos ao pequeno bar, gigante de afeto, que é a cara do seu fundador.

Leia o bilhete pro Alfredinho do jornalista e escritor e, lógico, muito frequentador do Bip Bip, Luís Pimentel.

Bilhete pro Alfredinho  – Luís Pimentel

Neném, nem te conto (“Desembucha logo, deixa de babaquice”, você diria)!

Então, vou contar: você agora é largo (“No bom sentido”, você diria”)!

Aliás, essa é a segunda notícia boa que tenho para te dar. A primeira é que o Botafogo está voltando à primeira divisão (sim, você nem sabia que estava na segunda; não contei para não lhe aborrecer, assim como não contei dos amigos que perdemos para a Covid, e nem contei da Covid).

A segunda é sobre o Largo do Alfredinho.

“Que porra é essa”, você perguntaria.

Você agora é nome de largo, Neném. O Largo do Alfredinho fica justo ali na boa e velha Almirante Gonçalves, do ladinho do Bip Bip. Vai ser inaugurado nesta segunda, dia 13, data em que se comemora os 53 anos do bar…

Você interromperia:

“Que porra é essa?!”

É uma homenagem, iniciativa de pessoas que amam você, que planejaram e correram atrás. Vai ter festança bonita lá, com música (claro), presença de autoridades, colocação de placa e o cacete! Cê vai?!

Já sei a resposta:

“Nem morto! Pede pro Chiquinho me representar. Tão querendo me fuder…”, você diria.

Não. Acho que você não diria nada. Mas ia escancarar um belo sorriso.

Histórias e segredos do Bip Bip: o maior menor bar do mundo

Beth Carvalho, Cristina Buarque, Elton Medeiros, Jards Macalé, Moacyr Luz, Nelson Sargento, Walter Alfaiate… Uma turma de grandes nomes da música brasileira aparece nas imagens reunidas em homenagem ao Bip Bip, em Copacabana. Alfredo Jacinto Melo (1943-2019), o Alfredinho, cansou da lida no mercado financeiro e assumiu as chaves da lojinha em 1984. “

“A partir do início dos anos 1990 o Bip vira um grande ponto boêmio, cultural, político”, conta o jornalista e músico Tiago Prata, que resume a história diante das câmeras com a ajuda de Chiquinho Genu, outro craque das cordas, e da cantora Alice Passos. Entre um “causo” e outro, os três fazem música.

Lembram divertidas manias de Alfredinho e as inesquecíveis noitadas musicais que a casa abrigou. O lendário Bip Bip segue sua história, nas mãos de habitués como Alice, Genu, Tiago e quem mais chegar.

Bar Bip Bip, Copacabana, Río de Janeiro, 10 de Janeiro de 2016

Bip-Bip – Entrevistas Alfredo 70 Anos

Em 2014, em parceria com os amigos Marcelo Dunlop, Roberto Riva, Guilherme Feitosa e equipe fizemos algumas captações no aniversário de 70 anos Alfredinho, dono e alma do Bip-Bip – botequim e patrimônio cultural da cidade do Rio de Janeiro.

A falta de verba e de tempo impediram, até agora, de seguir em frente a ideia de um documentário, mas temos muita coisa legal guardada. Neste vídeo estão algumas das entrevistas, em ordem de aparição: – Marceu Vieira – Jornalista. – Flavio Feitosa – Músico. – Cristina Buarque – Cantora. – Lefê de Almeida – Produtor Cultural. – Nelsinho Rodrigues – Jornalista. – Carlos Malta – Músico. – João Pimentel – Jornalista. – Ana de Holanda – Cantora e ex-Ministra da Cultura. – Miúcha – Cantora. – Wilson Moreira – Compositor. – Manu ‘da Cuíca’ – Musicista e Compositora. – Didu Nogueira – Cantor e Produtor Cultural. – Paulo Aragão – Músico.

Além das entrevistas, temos também imagens e áudio da histórica roda de samba e choro desse dia especial. Quem conhece o Bip sabe que as coisas por lá funcionam na base da colaboração e do amor. Quem se animar por conhecer o material e, quem sabe, quiser chegar junto para tentar finalizar o projeto do DOC, chegue mais!

Viva o Alfredinho, viva o Bip-Bip.

Texto do jornalista Marcelo Moutinho sobre os 50  anos do Bip Bip, em 2018. O Bip Bip, que nasceu no mesmo dia da criação do malfadado AI 5 para provar que nem tudo mundo é atrocidade, é aqui retratado por um frequentador assíduo no dia em que completa meio centenário. 

Bip Bip, o boteco do Alfredinho, sobe ao palco nos seus 50 anos

Por Washington Luiz de Araújo, jornalista

Certa vez, ao entrevistar Eduardo Galeano no Café Brasileiro, em Montevidéu, ouvi deste que, mesmo ateu, rezava todos os dias a Deus e ao diabo para que aquela casa etílica nunca fechasse, pois era ali que tomava as biritas dele e recebia as pessoas. O mesmo podemos fazer em relação ao Bip Bip, em Copacabana, que completa 50 anos de atividade em 2018.

Lembrança linda da Maria Christina Ferreira sobre a criação e o início do Bloco do Bip-Bip. Por Graça Lago, jornalista –

“Fui uma das fundadoras do bloco, assim como João Gordo, Juninho, Campusca, Marcão Marcão e Arnaldo do BB, Bigode, Léo Preto, Alfredinho, um monte de gente.
Só tinha instrumento de percussão, porque harmonia atrapalharia nossa desorganização, nossa desarmonia. E eu fazia uma lista de sambas conhecidões, carnavais das antigas, pra não dar aquele branco, pro bloco não brochar.”

Mais um “causo” sobre o nosso Alfredinho, um batalhador pelas causas libertárias que foi vítima de ato de fascismo nesta semana.

 Por Maria Christina Ferreira

Por Luiz Pimentel, jornalista e escritor, quando da morte de Alfredinho.

“Foi assim: Alfredinho do Bip Bip morreu. Sim, eu sei. Morrer todo mundo morre. Faz parte da vida. E coisa e tal. Mas Alfredinho não era um vivente qualquer. Convivi com a fera por mais de três décadas e posso afirmar: morrer jamais esteve em seus planos. Mas morreu. E assim, morto, o encontrei poucas horas depois, na sala de sua casa, trajando camisa e linho branco e refastelado no sofá que usava para ler (de um tudo) e ver televisão (Filmes no Art-1 e jogos do Botafogo).”

Alfredinho: “Nós temos que tomar conta deste país. Nós somos povo e não estes golpistas”

Em 2016, Alfredinho, grande personalidade do Rio de Janeiro, dono do Bar Bip-Bip, simples e admirado da cidade, esteve na Praça São Salvador nas palestras dos jornalistas Mino Carta e Paulo Henrique Amorim.

Aqui, o grande botafoguense e batalhador da esquerda fala para o Bem Blogado sobre o momento político em que vivemos e sobre a importância de espaços públicos como o da Praça São Salvador para discutirmos política. Assistam:

Vá à pagina do Facebook do Bip Bip

https://www.facebook.com/barbipbip

Vá ao canal do Youtube do Bem Blogado. Curta, compartilhe e assine:

https://www.youtube.com/user/bemblogado/featured

Sarau Delivery é um projeto do Bem Blogado que traz, três vezes por semana, homenagens a artistas, com apresentações para o público que está em casa, recolhido na pandemia, e quem, por circunstâncias, está trabalhando fora de casa.

A seção está aberta para músicos, poetas, contadores de história…

Preencha seu tempo com arte e resistência!

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