Exército diz ter atuado com Governo Alckmin para ação em manifestação

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O Bem Blogado trouxe depoimento de uma pessoa que estava entre  os 20 jovens que foram presos quando se preparavam, pacificamente,  para uma manifestação na Paulista. Depois desse acontecimento absurdo, em 04 de setembro, o governo Alckmin negou cumplicidade com o Exército na infiltração de um capitão para levar, arbitrariamente, os jovens para a cadeia.

Agora, o Exército afirma que toda a operação foi feita em conjunto com a polícia de Alckmin. O governo do Estado de São Paulo ficou numa encalacrada: se fez em conjunto como o Exército alega, participou de uma arbitrariedade e se não o fez, tomou bola pelas costas, pois, sendo assim, o Exército interferiu numa ação de prerrogativa estadual.

Coube a um juiz decente, Rodrigo Tellini de Aguirre, mandar soltar os jovens e lamentar o momento de exceção em que vivemos.

Vejam novo texto do El País e acessem os links  sobre o acontecimento:

Por Marina Rossi, publicado em El País – 




Comandante-geral contradiz secretaria paulista, que reitera que não houve operação conjunta

O comandante-geral do Exército, general Eduardo da Costa Villas Bôas, afirmou nesta terça-feira que houve “absoluta interação” com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo para uma operação no dia 4 de setembro em São Paulo ligada a atos anti-Governo na cidade. A afirmação do general confronta diretamente a versão dada pela pasta do Governo Alckmin para o episódio. Questionada, a secretaria reiterou “que não houve qualquer operação conjunta durante as manifestações em São Paulo”.

O capitão Willian Pina Botelho, apontado como infiltrado.
O capitão Willian Pina Botelho, apontado como infiltrado.

Naquele dia, 21 manifestantes foram detidos antes de um protesto pelo “fora, Temer” e só liberados quase 24 horas depois, quando as prisões foram decretadas ilegais. Os detidos apontavam um infiltrado no grupo, que se apresentava como Balta Nunes. Conforme revelado por EL PAÍS e pela Ponte Jornalismo, Nunes era na verdade o capitão Willian Pina Botelho, lotado no Comando Militar Sudeste, em São Paulo. Ele usava o aplicativo de relacionamentos Tinder para se aproximar de manifestantes.

“Houve, houve, houve uma absoluta interação com o Governo do Estado”, disse Villas Bôas, à Rádio Jovem Pan nesta terça-feira. “As pessoas precisam entender que o Exército tem sido demandado para o cumprimento de várias missões fora da nossa esfera de responsabilidade primordial, vamos dizer assim”. No dia 10 de setembro, por meio da assessoria de imprensa, o órgão emitiu uma nota dizendo que “nega a existência de uma operação conjunta na ocasião citada”, e que “a PM desconhece qualquer ação de inteligência que tenha sido realizada por outro órgão de segurança”.

Na nota, a secretaria paulista diz ainda que “não conhece o homem apontado pela reportagem como um suposto infiltrado das Forças Armadas”. Já o general Villas Bôas diz que o capitão Botelho não estava infiltrado naquele dia. “O primeiro aspecto a destacar que ele não estava infiltrado, estava acompanhando”. O general não disse por que Botelho não estava fardado e se apresentava com outro nome aos manifestantes.

“Nós estamos muito tranquilos porque estamos absolutamente respaldados pela legislação e por medidas que haviam sido adotadas”, seguiu Villas Bôas. Ao EL PAÍS, o Exército afirmou que abriu uma sindicância para apurar o caso, e que deve ser finalizada até novembro. Para justificar as operações de inteligência e monitoramento de manifestantes, evocou a Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Sancionada por Dilma Rousseff em 2014, a Lei estabelece diretrizes para o emprego das Forças Armadas para “garantir ou restaurar a lei ou e ordem”. No texto, diz que uma operação da GLO ocorre “de forma episódica, em área previamente estabelecida e por tempo limitado”.

“Havia a situação dos Jogos Olímpicos, havia uma situação de segurança do presidente, estava tudo dentro deste contexto”, seguiu o general à rádio. Em 4 de setembro, poucas horas antes da manifestação que reuniu 100.000 pessoas na Paulista, a avenida recebeu a passagem da tocha olímpica. O presidente Michel Temer, no entanto, não estava presente. Segundo a agenda oficial, consultada no site do Planalto, Temer estava na China naquela ocasião, para a reunião da cúpula do G20.

Procurado, o Exército não havia se manifestado até a publicação desta reportagem.

Veja mais:

http://brasil.elpais.com/brasil/2016/10/18/politica/1476824785_318926.html

https://bemblogado.com.br/site/apontado-como-infiltrado-por-manifestantes-e-capitao-do-exercito/

https://bemblogado.com.br/site/silencio-sobre-capitao-do-exercito-infiltrado-ratifica-discurso-do-golpe/

https://bemblogado.com.br/site/infiltrado-do-exercito-mirava-mtst-midia-ninja-e-outros-movimentos-sociais/

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