O esforço de Bolsonaro para parece militar. Por Moisés Mendes

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É engraçado ouvir Bolsonaro dizendo, como disse na live de ontem, que é capitão do Exército. Ele precisa repetir e se esforçar para convencer até a sua turma de que é um oficial.

Por Daniel Cesar, compartilhado de DCM




Bolsonaro com militares
Bolsonaro com militares – Foto: Reprodução

Para dar um carteiraço, no ataque ao ministro Edson Fachin, veio de novo com essa de que é capitão. O pirata Jack Sparrow é mais capitão do que Bolsonaro.

Segundo o general Eduardo Villas Bôas, o que Bolsonaro fez no Exército não o habilita a ser tratado com o militar.

Em entrevista a Igor Gielow, publicada na Folha de S. Paulo de 11 de novembro de 2018, o general, que na época era comandante do Exército, disse:

“A imagem de Bolsonaro como militar é uma imagem que vem de fora. Ele saiu do Exército em 1988. Ele é muito mais um político. Ele foi muito hábil quando saiu para se candidatar a vereador, passou a gravitar em torno dos quartéis, explorando questões que diziam ao dia a dia dos militares. Ele nunca se envolveu com questões estruturais da defesa do país. Mas aí criou-se essa imagem de que ele é um militar. Estamos tratando com muito cuidado essa interpretação de que a eleição dele representa uma volta dos militares ao poder. Absolutamente não é”.

O que se sabe é que, entre 1987 e 1988, o tenente Bolsonaro enfrentou inquéritos pesados no Exército, por indisciplina e suspeita de ato terrorista, e foi condenado pelo Conselho de Justificação (um inquérito militar), em processo conduzido por três coronéis.

Mas logo depois foi absolvido em recurso acolhido pelos ministros do Superior Tribunal de Justiça por 8 votos a 4. O que se conta, como versão consagrada, é que houve aqui uma decisão política. Os coronéis condenaram, e os generais absolveram Bolsonaro.

O comando militar temia a força do indivíduo entre os oficiais médios, por ser defensor de melhores salários. A saída foi absolvê-lo e empurrá-lo para a reserva como capitão, até porque havia sido eleito vereador pelo Rio.

Bolsonaro não foi expulso, como dizem, mas acomodado na reserva, e ficou marcado entre os generais como um agitador que nunca fez nada de útil. Como diz Villas Bôas, nunca se envolveu com questões da defesa do país.

Era um tenente agitador que virou capitão. E até hoje nós pagamos a aposentadoria de um cara que nunca fez nada como militar e nem como civil.

Bolsonaro não sabe destravar uma arma para dar um tiro. É provável, se forem investigar, que ele nunca tenha pintado nem mesmo meio-fio de calçadas do Rio.

Não há como levar a sério que um sujeito com esse currículo possa liderar um golpe, se não consegue nem mesmo baixar o preço da gasolina.

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